| 21/04/2008 12h54min
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda, dia 21, que não vai renegociar o acordo que Brasil e Paraguai mantêm sobre a Binacional Itaipu, a maior usina hidrelétrica do mundo. A afirmação contraria o presidente eleito do país vizinho, Fernando Lugo, que tem como meta a revisão do acordo.
– Não muda o tratado – garantiu Lula, ressaltando que as relações com o Paraguai vão além do tema Itaipu.
Lula evitou classificar Fernando Lugo como esquerdista e comparar o presidente eleito do Paraguai ao presidente da Bolívia, Evo Morales, que tem plataforma política semelhante. Para o governante brasileiro, a eleição de Lugo, um ex-bispo da Igreja Católica, é uma vitória da democracia no Paraguai.
– Lugo pelejou muito tempo, batalhou muito tempo, venceu uma eleição muito disputada, reconhecida já por todos os outros candidatos – ponderou.
Pelo tratado de construção da hidrelétrica de Itaipu
assinado em 1993, cada país tem direito a 50% da energia
produzida pela usina, e o excedente não utilizado deve ser vendido ao outro a preço de custo. Conforme Lugo, o Paraguai é um dos poucos países do mundo que conta com sobras energéticas, e estaria sendo "obrigado" a ceder a energia ao Brasil por um preço muito abaixo do mercado mundial. O acordo tem validade de 30 anos.
Reportagem do jornal paraguaio ABC Color publicada neste final de semana afirma que o país recebe cerca de US$ 100 milhões anuais pela venda da energia ao Brasil, quando o preço de mercado estaria em torno de US$ 11 bilhões por ano. Atualmente 20% da energia consumida pelo Brasil é fornecida por Itaipu. O Paraguai consome apenas 5% da energia gerada pela hidrelétrica e vende este excedente a seu sócio no empreendimento.
AGÊNCIA BRASIL
Hidrelétrica de Itaipu fica na fronteira entre o Paraguai e o Brasil
Foto:
Divulgação
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Itaipu Binacional
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