Pela segunda vez, a Argentina indicou ao Brasil que vai normalizar as exportações de trigo a partir da próxima segunda-feira, dia 7. Há dois meses, haviam sido impostas restrições no despacho da mercadoria, como taxação extra e lentidão na liberação.

No entanto, diante da greve dos agricultores no país vizinho encerrada ontem e que durou 21 dias, dificilmente os embarques ocorrerão normalmente. Por isso, o Brasil já admite ampliar a quantidade do produto a ser importada com alíquota zero de terceiros mercados.

O secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat, explicou que, com o acordo, existe a expectativa de que cerca de 400 mil toneladas mensais poderiam entrar no país nos próximos 90 dias. Mesmo que houvesse a entrega normal, ainda faltam 2 milhões de toneladas de trigo para fazer frente ao abastecimento do mercado brasileiro neste ano, cuja demanda é de aproximadamente 10 milhões de toneladas. O Brasil depende da compra de trigo da Argentina, uma vez que produz menos de 4 milhões de toneladas por safra.

Em reunião nessa quarta-feira, dia 2, no Ministério do Desenvolvimento, em Brasília, representantes dos governos argentino e brasileiro conseguiram chegar a um acordo sobre a taxação do produto. Havia uma queixa do produtor brasileiro de que a farinha de trigo argentina chegava ao Brasil com o preço menor que a brasileira.

– A decisão do governo argentino de mudar a tarifa é positiva, mas o produtor brasileiro vai continuar reclamando. O ideal é não haver assimetrias entre os países – afirmou Meziat.

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