| 01/04/2008 08h34min
Alvo de polêmica, o projeto que restringe a venda de bebidas alcoólicas em estádios de futebol e em ginásios gaúchos será sancionado hoje, pelo governador em exercício Paulo Feijó. Mas, na prática, só entrará em vigor daqui a um ano.
É que o dispositivo aprovado há duas semanas pela Assembléia Legislativa prevê prazo de 365 dias para adequação, a contar a partir de amanhã, quando será publicado no Diário Oficial do Estado. Dentro deste período, qualquer contrato de fornecimento firmado entre clubes e distribuidores será respeitado.
De autoria do deputado estadual Miki Breier (PSB), o projeto veta o comércio de bebidas alcoólicas em qualquer sede de jogos de futebol profissional, além de ginásios. A proibição se estende ao futebol amador, desde que a capacidade do estádio seja superior a 5 mil lugares.
Dupla Gre-Nal pensa diferente
Ou seja: no Olímpico e no Beira-Rio, maiores estádios gaúchos, o consumo seguirá normalmente porque há compromissos de fornecimento em vigor. A diferença é a postura da Dupla Gre-Nal: o Grêmio é abertamente favorável à novidade, o Inter tem restrições. No entendimento colorado, proibir a comercialização sem atingir o entorno não faz sentido.
– Esta lei não foi muito bem pensada – critica o vice de administração do Inter, Décio Hartmann.
– Vai ser positivo. Chegar bêbado e seguir bebendo é pior ainda – avalia o diretor de administração gremista, Luís Moreira.
Secretário da Segurança aprova
O secretário da Segurança Pública, José Francisco Mallmann, entende que o impedimento deveria atingir um raio de um quilômetro no entorno dos estádios, valendo quatro horas antes e duas depois das partidas. Favorável à Lei Seca no Estado, Mallmann acredita que o projeto é um bom começo.
– O álcool no estádio incentiva a violência – afirma, alegando que a proibição ajudará a diminuir ocorrências como ameaça, lesão corporal, vandalismo e violência doméstica.
Preocupação no Interior
No Interior, o pensamento é diferente, já que a maioria dos clubes valoriza a renda da copa. Presidente do Brasil, de Pelotas, Helder Lopes expressa insatisfação.
– É péssimo para os clubes do Interior. Trata-se de uma fonte de receita forte, sobretudo para o Brasil, cuja torcida comparece. Contra o Inter significou cerca de 15% da renda bruta, por exemplo. Proibir só dentro do estádio não vai resolver nada – sustenta.
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