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 | 29/03/2008 07h17min

Dalai Lama condena "agressão demográfica" da China

Para líder espiritual, estabilidade do país esconde ressentimento

Uma política de "agressão demográfica" por parte do governo chinês no Tibete está ameaçando a cultura da região, assinalou neste sábado o Dalai Lama. O líder espiritual tibetano também advertiu que a China corre o risco de entrar em uma situação instável por seus antecedentes no campo dos direitos humanos.

— A China parece estável, mas por baixo há muito ressentimento — afirmou.

O Dalai Lama disse que ainda é cedo para dizer se sua proposta de autonomia para os tibetanos sobre o governo chinês fracassou. Desde que fugiu do país, há duas décadas, o Dalai Lama viveu principalmente na Índia.

Suas declarações foram feitas enquanto um grupo de diplomatas estrangeiros se preparava para abandonar a capital tibetana depois de uma visita durante a noite — a visita representou o mais recente passo da China para demonstrar que tem o controle da região após os violentos protestos contra o governo há mais de duas semanas. O governo chinês culpou o Dalai Lama e seus simpatizantes pelos distúrbios.

O crescente número de chineses que foram morar no Tibete ameaça asfixiar a cultura da região, segundo o líder espiritual. Para o Dalai Lama, se trata de uma agressão demográfica. Ele sentenciou que o mudança na população, que afirma aumentar a cada mês, representa uma forma de genocídio cultural.

Cerca de 100 mil tibetanos vivem atualmente em Lhasa, a antiga capital da região. A população da cidade é completada por 200 mil estrangeiros.

AP
 
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