| 27/03/2008 03h16min
Confrontos entre manifestantes contra e pró-governo deixaram feridos em Buenos Aires na noite desta quarta-feira, a segunda de panelaço na capital argentina.
Centenas de manifestantes, a maioria de classe média, se reuniram na Praça de Maio, no Obelisco e nas principais vias de alguns bairros em protesto contra a decisão da presidente Cristina Kirchner de encerrar o diálogo com produtores rurais em greve.
Em contraponto, uma marcha de cerca de 200 membros de grupos de esquerda identificados com o governo também saiu às ruas, mas em apoio à presidente. Com o avanço dos apoiadores do governo, que ergueram paus em sinal de provocação, os manifestantes deixaram a praça. Quando as duas marchas se cruzaram, houve empurrões e agressões.
O clima ficou tenso. Segundo o Jornal da Globo, a situação ficou fora de controle quando os governistas perceberam que mais manifestantes chegavam batendo panelas. Um homem mostrou a marca de uma paulada, enquanto outro
ficou com o rosto ferido. O panelaço
recuou, e apoiadores da presidente argentina voltaram a ocupar a Praça de Maio.
A greve completa 15 dias nesta quinta-feira. Os produtores agropecuários são contrários ao novo sistema de retenções que implica uma alta de entre sete e nove pontos nos direitos de exportação da soja e do girassol.
A greve começa a prejudicar o abastecimento do país: já faltam carne, azeite e ovos e algumas verduras tiveram alta de até 100%.
— Se o campo vai mal, todos vamos mal — afirmou uma estudante de 21 anos, entre manifestantes que seguravam cartazes de "Basta de soberba" e "Estou com o campo".
Manifestantes que protestam contra a presidente argentina voltaram a sair às ruas de Buenos Aires
Foto:
Leo La Valle, EFE
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