| 21/03/2008 18h18min
Após uma semana de distúrbios na capital do Tibete, Lhasa, o número de pessoas mortas chega a 19. Outras 623 foram feridas, segundo dados oficiais chineses. Nesta sexta-feira, a China emitiu uma lista de 21 pessoas procuradas por participar dos motins na capital tibetana, enquanto milhares de soldados seguem avançando para conter a agitação.
Já o porta-voz das autoridades tibetanas, Thubten Samphel, disse que, até o momento, foram confirmadas as mortes de 99 tibetanos, 80 deles em Lhasa e outros 19 baleados pela polícia local na província chinesa de Gansu.
As manifestações de tibetanos no exílio aumentam em outros países, como na Índia. Hoje, um grupo de pelo menos 15 manifestantes tibetanos invadiu a embaixada da China em Nova Délhi, com bandeiras e gritando palavras de ordem contra a realização dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008. Os manifestantes estavam com as mãos pintadas de vermelho e corriam no jardim da embaixada mostrando cartazes, e com fitas amarelas na
cabeça.
A maioria
dos protestos, que se concentrava em Nova Délhi e em Dharamshala, onde está o líder espiritual Dalai Lama, se espalharam por outras regiões. Hoje cerca de 300 ativistas tibetanos do nordeste da Índia iniciaram uma grande marcha até a região de Sikkim, na fronteira com o Tibete. Segundo comunicado de um grupo de jovens tibetanos do nordeste da Índia (Netyc, em inglês), a intenção dos ativistas é se unir aos protestos pacíficos que acontecem no país.
O conflito
A notícia da prisão de monges budistas que realizavam passeata para lembrar o 49º aniversário do levante de Lhasa que levou ao exílio do Dalai Lama — líder espiritual dos budistas tibetanos — deu início a uma série de protestos contra o domínio chinês na região, e a vários confrontos entre manifestantes e a polícia. A população da região autônoma do Tibete reivindica sua independência do governo chinês, que alega questões históricas para manter o comando do local. A China invadiu o
Tibete em 1951.
Entenda a revolta do Tibete contra a China
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