Preocupado com a explosão de consumo, base do crescimento da economia registrado em 2007, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, vai se reunir na próxima semana com diretores de bancos para debater a necessidade de reduzir prazos de financiamento do crediário para pessoas físicas, informa o colunista do jornal O Globo, Merval Pereira, neste sábado.

O governo pretende dar um freio na expansão do crédito ao consumidor, identificado como o grande propulsor da demanda das famílias, que está crescendo a um ritmo insustentável de 7% ao ano.

Em vez de um aumento na taxa de juros, sinalizado pela última ata do Copom diante da previsão de aumento da inflação que se confirmou esta semana com os números do IGP-M, o Ministério da Fazenda vai tentar restringir suas ações ao crédito, aumentando as exigências dos bancos para os financiamentos muito longos, para inviabilizá-los economicamente a partir de um determinado limite, que pode ser de 36 meses.

Um dos setores consultados pelo ministro Mantega foi o de automóveis, que lançaram financiamentos de até 72 meses. Com a restrição ao crédito, a idéia do governo é incentivar as exportações de automóveis, cuja produção está totalmente comprometida com o abastecimento do mercado interno.

Políticas industriais de incentivo à exportação de manufaturados, especialmente avião e automóveis, serão anunciadas dentro de quinze dias pelo Ministério do Desenvolvimento.