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 | 20/03/2008 03h05min

China reconhece que violência no Tibete se espalha para outras províncias

Para Pequim, Dalai Lama e seus colaboradores são autores de sabotagens que visam perturbar as Olimpíadas

As autoridades chinesas reconheceram nesta quinta-feira que os protestos violentos se estenderam a outras províncias com forte população tibetana vizinhas ao Tibete, em cuja capital, Lhasa, 24 pessoas foram detidas e 170 se entregaram, segundo a agência oficial Xinhua.

Ainda segundo a agência, a violência nas províncias de Sichuan e Gansu está estreitamente vinculada aos eventos em Lhasa, e é coordenada pelo Dalai Lama e seus colaboradores.



— Os fatos não foram coincidência, estiveram coordenados. Foram sabotagens bem organizadas e premeditadas cujo motivo posterior é perturbar os Jogos Olímpicos de Pequim, destruir a paz e estabilidade, e dividir o país — disse Zhang Yusheng, porta-voz do governo provincial de Gansu.

De acordo com o o jornal oficial Tibet Daily, os 24 suspeitos foram detidos por colocar em risco a segurança nacional, agredir, destruir, saquear e outros crimes graves que originaram instabilidade e violência.

Os termos crimes graves e atentado contra a segurança do Estado dizem respeito a que, segundo fontes independentes, a China pode aplicar aos responsáveis destes delitos duras penas, inclusive a de morte.

As províncias vizinhas do Tibete foram tomadas pelas Forças Armadas. As únicas imagens oferecidas pela rede de televisão nacional CFTV é a de caminhões militares cruzando as ruas pelas quais dezenas de soldados patrulham.

A imprensa estrangeira tem o acesso vetado não somente ao Tibete, mas às províncias vizinhas, como Sichuan, Gansu e Qinhai, por isso as informações diretas são muito difíceis de serem obtidas.

Segundo Pequim, os protestos foram organizados pelo Dalai Lama em seu exílio na Índia, acusação que o líder espiritual tibetano nega, ameaçando renunciar e pedindo inclusive o retorno à negociação com a China sobre maior autonomia para o Tibete.

Entenda a revolta do Tibete contra a China

EFE
 
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