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 | 18/03/2008 14h49min

Para 76% dos americanos, país está em recessão

Resultado reflete uma crise de confiança que poderia levar a economia a piorar ainda mais

Para 76% dos americanos, os Estados Unidos enfrentam uma recessão, indica uma pesquisa do jornal USA Today. O resultado, segundo especialistas, reflete uma crise de confiança que poderia levar a economia a piorar ainda mais. Os dados coincidem com uma pesquisa publicada na segunda-feira, desta vez pela CNN, afirmando que 74% dos americanos acreditam em um processo recessivo no país.

A pesquisa, realizada pelo USA Today em conjunto com a empresa de pesquisas Gallup, foi publicada nesta terça-feira e indica um grande pessimismo em relação à direção econômica do país. Apenas 22% acham que os EUA não estão em recessão. O jornal indica em matéria de capa que o percentual não era tão alto desde setembro de 1992, dois meses antes da reeleição de George Bush, pai do atual presidente americano, George W. Bush.

— As recessões são quase sempre crise de confiança e isso é o que enfrentamos atualmente — disse ao periódico David Wyss, economista-chefe da agência de classificação de risco Standard & Poor's. Questionados sobre se o país pode entrar em uma recessão que dure anos, 59% dos consultados responderam que é provável e 79% disseram estar preocupados com a possibilidade de que isso ocorra. A pesquisa entrevistou 1.025 adultos, tem uma margem de erro de 3% e foi concluída domingo, no mesmo dia em que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) apoiou a compra do banco de investimento Bear Stearns pelo JP Morgan Chase.

O banco central adotou ainda outra série de medidas para aliviar a crise de créditos, que incluíram o corte em 0,25 ponto percentual, até 3,25%, da taxa de redesconto que o Fed aplica em seus empréstimos aos bancos. Além disso, a autoridade monetária decidiu, pela primeira vez na história, oferecer uma linha de crédito às agências de distribuição de valores nos mesmos termos da que concede aos bancos por um período de pelo menos seis meses.

O presidente dos EUA, George W. Bush, afirmou na segunda-feira que a situação está "sob controle", após se reunir com seus principais assessores econômicos. Ele assegurou que, "a longo prazo, a economia ficará bem". Já o secretário do Tesouro, Henry Paulson, que manteve ontem duas reuniões com Bush, afirmou que o governo tomará medidas "para aumentar a confiança na economia".

O ex-presidente do Fed Alan Greenspan tem uma visão mais negativa. Em artigo publicado na segunda-feira pelo jornal Financial Times, Greenspan afirmou que os atuais problemas financeiros são os piores desde o final da II Guerra Mundial.

EFE
 
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