| 14/02/2008 16h51min
Especialistas do setor de petróleo acreditam ser bastante provável ter ocorrido crime de espionagem industrial no caso do furto dos dados relevantes da Petrobras sobre reservatórios em águas profundas, que veio à tona nesta quinta-feira e ocorreu no dia 1º de fevereiro.
Os dados estavam sendo transportados pela Halliburton, contratada pela Petrobras para a realização dos testes de reservatórios, enquanto viajavam entre uma plataforma na Bacia de Campos e a base da empresa em Macaé.
— Este tipo de espionagem é bastante comum, e agora que as reservas do Brasil começaram a ficar importantes, isso deve se popularizar por aqui também — comentou o geólogo Giuseppe Bacoccolli, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Ele lembrou que fora do país é comum revistas especializadas trazerem ofertas de dados geológicos não oficiais sobre áreas potenciais de petróleo. Esses relatórios custam no mercado entre US$ 100 mil e US$ 1 milhão.
— Estes dados podem ter sido
obtidos de maneira lícita ou ilícita. Como é que vai se saber — disse ele.
Mesmo aqui no país, o professor, que já trabalhou por 24 anos na Petrobras, disse ter ocorrido outros casos semelhantes, mas em pequena escala.
— Já houve caso de funcionário ser demitido por ter sido pego copiando dados para outra empresa — comentou.
Especificamente sobre os dados roubados, que podem conter maiores informações detalhadas sobre as descobertas da Petrobras na camada pré-sal, os especialistas são unânimes em afirmar que certamente interessariam a qualquer empresa do setor, já que a Petrobras divulgou poucas informações sobre o assunto.
Porém, os especialistas discordam da possibilidade de o responsável pelo roubo ter sido uma grande companhia de petróleo.
— Dificilmente uma grande empresa se arriscaria por isso. Mais fácil ter sido uma dessas empresas especializadas em espionagem — comentou Bacoccolli.
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