| 23/01/2008 16h14min
A recuperação das ações européias se mostrou de curta duração, cedendo aos temores de que serão anunciadas mais baixas contábeis relacionadas às hipotecas de alto risco de inadimplência (subprime) pelos bancos europeus. A falta de perspectiva de um corte imediato no juro do Banco Central Europeu (BCE) contribuiu para a queda do mercado europeu nesta quarta-feira.
— Com Trichet (o presidente do BCE, Jean-Claude Trichet) reiterando (esta manhã) a necessidade de manter o foco na inflação para atingir estabilidade dos preços, a possibilidade de o BCE seguir o Fed com um corte nos juros parece descartada — disse Martin Slaney, chefe de derivativos da corretora GFT Global Markets.
Em Londres, o índice FTSE 100 caiu 2,3% para 5.609,30 pontos, enquanto o CAC-40, de Paris, perdeu 4,3%, fechando em 4.636,76 pontos, e o DAX-30, de Frankfurt, recuou 4,9% para 6.439,21 pontos.
Os mercados europeus inicialmente subiram, animados pela decisão, anunciada ontem, do
banco central americano (Fed) de
cortar sua taxa de juro 0,75 ponto porcentual para 3,5%, na primeira redução emergencial desde os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.
Apesar de o movimento do Fed ter acalmado ligeiramente o mercado, muitos investidores ainda têm dúvidas de longo prazo sobre a saúde da maior economia do mundo.
— Embora as taxas de juro mais baixas sejam teoricamente positivas para as ações, é prematuro esperar uma recuperação significativa nos mercados acionários em geral — disse Bob Parker, do Credit Suisse Asset Management em Londres.
Bancos
O setor bancário foi novamente abalado por especulações de que um banco europeu terá de anunciar uma significativa baixa contábil relacionada com o mercado subprime dos EUA. O Société Generale, da França, não quis comentar a especulação. Suas ações caíram 4,1% para 79,08 euros. O italiano Unicredit caiu 4,6% para 4,83 euros e o holandês ING Groep recuou 3,9% para
20,91 euros.
O setor de matérias-primas também se
orientou para baixo, juntamente com os preços do cobre e do petróleo.
Lisboa e Madri
Em Lisboa, o índice PSI-20 fechou em queda de 2,6% em 10.684 pontos. No setor bancário, BCP caiu 1,9% e BPI terminou em baixa de 0,5%. Em energia, EDP cedeu 3,6% e Galp, 2,5%. Portugal Telecom recuou 4% e Jeronimo Martins contrariou a tendência, subindo 5,5%.
Em Madrid, o IBEX-35 fechou em queda de 4,6% em 12.254,6 pontos. As ações de energia lideraram a queda, com Union Fenosa caindo 6,7% e Iberdrola perdendo 6,8%. A seguradora Mapfre subiu 1,5%. As informações são da agência Dow Jones.
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