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 | 09/01/2008 07h44min

Boca e River Plate têm interesse em Guiñazu

Meia argentino retornou com lesão para Porto Alegre

Diogo Olivier, Enviado Especial/Dubai  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

O dia seguinte ao triunfo do Inter na Copa Dubai foi bem diferente de todos os outros desde a chegada aos Emirados Árabes, há uma semana. Em todos os sentidos, a fama cobra o preço.

Começou com o assédio aos destaques da vitória sobre a Inter, de Milão. À noite, no hotel, o vice de futebol Giovanni Luigi e Guiñazu conversaram sobre o interesse do Boca e do River Plate no meia. À tarde, o treino havia virado hospital improvisado.

Edinho e Guiñazu voltam para Porto Alegre nesta quarta-feira, enquanto os demais seguem para Abu Dhabi, na segunda etapa da pré-temporada. O argentino está chateado. O lateral-direito brasileiro Maicon acertou-o no tornozelo direito no final da decisão.

Dureza, mas isso Guiñazu tira de letra. Antes, contra o Stuttgart, deu para escutar da arquibancada o baque seco na canela, atingida pelo zagueiro Fernando Meira. Não se ouviu um "ai" sequer. O problema foi que Maicon caiu sobre o meia, e o joelho virou. Serão 10 dias fora, no mínimo. Guiñazu está fora da estréia no Gauchão, contra o Inter-SM, dia 20.

— Foi relativamente grave. Em princípio, não precisa cirurgia — amenizou o médico Luciano Ramires.

É o preço pago pela decisão de dar o sangue e a alma para vencer a Copa Dubai. Atitude acertada. Além da repercussão no Brasil e no Exterior, o Inter faturou R$ 1,77 milhão em pleno janeiro de pouco dinheiro. Mas perdeu Guiñazu e Edinho - que forçou demais para voltar a tempo da final e sentiu o tendão de Aquiles.

São dois titulares que não farão pré-temporada integral.

— Vou entrar o ano descontado em relação aos demais. Mas nem quero pensar agora — suspirou Edinho.

— Pô, Cholo (apelido de Guiñazu), está inchado mesmo, hein? — surpreendeu-se Nilmar ao se aproximar dele e Edinho, os dois com os músculos das pernas conectados aos fios do aparelho portátil de eletroanalgesia do fisioterapeuta Mauren Mansur.

Dirigente diz que não libera meia argentino

No hospital improvisado em Dubai, Nilmar assistiu ao treino dos reservas contra o sub-20 do Al Nasr com uma bolsa de gelo no joelho esquerdo. Levou uma pancada. Orozco correu com o olho esquerdo vermelho. Um dedo o acertou em algum escanteio. O supercílio direito de Fernandão, é claro, amanheceu inchado após os sete pontos provocados pelo cotovelaço de Materazzi.

Quanto ao interesse do Boca Juniors e do River Plate em Guiñazu o torcedor pode ficar sossegado. Pelo menos é a promessa de Luigi. Os dois conversaram demoradamente em um cantinho do saguão do luxuoso Dusit Hotel.

— Não vendo de jeito nenhum. E mesmo que alguém se disponha a pagar os US$ 20 milhões de multa, o Guiñazu não sairia desta forma — avisou Luigi.

O meia ficou lisonjeado com o interesse. Entrar na lista de compras do Boca significa estar por cima para um compatriota de Maradona.

— Sou argentino e uma proposta do Boca seria de analisar, não nego. Mas estou feliz no Inter — arrematou Guiñazu, exemplo do preço da fama gerado pela Copa Dubai.

 
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