| 20/09/2007 10h14min
Há dois meses sem receber salários de seu clube, o Steaua Bucareste, o jovem goleiro Andrey, de 23 anos, relatou seus apuros em solo romeno ao colunista de Zero Hora Mário Marcos de Souza. Acompanhado da mulher, a também gaúcha Michelle, na capital daquele país, o atleta revelou estar sendo forçado a treinar entre os juvenis do clube e vem sendo ameaçado pelo presidente e dono do Steaua, o magnata Gigi Becali.
O que você tem feito neste período?
Andrey - Tenho cumprido todas as obrigações. Treino em separado, com o pessoal mais jovem, mas me dedico. Eles sabem que sou um bom goleiro e que poderia ser titular (Andrey é considerado pelos técnicos das categorias de base um exemplo para os jovens jogadores).
Por que o técnico não toma partido?
Andrey - O Hagi (Gheorge, ex-jogador da seleção romena) não contraria o presidente. Ninguém tem coragem para isso porque ele manda, tem poder e
dinheiro para fazer o que quiser (depois de um jogo, dia 21 de
agosto, Becali humilhou Hagi em público, irritado pelo empate). A situação é estranha.
Estranha como?
Andrey - Há poucos dias, um dos técnicos deu um soco na cara de um garoto e ninguém falou nada. É assim.
E como você tem enfrentado tudo isso?
Andrey - Sigo com a vida normal. Nem o idioma chega a ser problema. No início, me valia do inglês, que aprendi em Porto Alegre. Agora, já falo muitas coisas em romeno, que tem algumas semelhanças com o português.
Sem salários, como você faz?
Andrey - Vivo das minhas economias.
Você tem convicção de que tudo vai terminar bem?
Andrey - Sim, aqui eles não levam muito tempo para analisar estes casos. Mas em dezembro, sei que estarei com tudo resolvido. Posso até voltar ao Brasil.
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