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 | 22/05/2007 23h46min

Estado de bebê baleado em Caxias é grave

Miguel Gonçalves foi atingido durante assalto nesta segunda

O estado do bebê Miguel Gonçalves, baleado no assalto a jogadores do Juventude em Caxias do Sul, passou de instável para grave no final da tarde desta terça. O garoto, filho do zagueiro Wescley, foi internado no Hospital Fátima, onde sofreu intervenção cirúrgica. Um novo boletim médico será divulgado às 8h desta quarta.

O menino de apenas sete meses de idade sobreviveu porque a bala ficou alojada na pele, sem atravessá-la. Os pais acreditam que o tiro pode ter sido amortecido pela blusa e pela touca de malha que ele usava. De acordo com o boletim médico, a pressão do projétil provocou a fratura da vértebra na altura da nuca. A criança movimenta um dos lados do corpo parcialmente, e poderá ficar com seqüelas.

Miguel estava no colo do volante Radamés no banco do caroneiro do automóvel Golf do meia Paulo Ramos, dispensado do Juventude nesta semana. Também estavam no carro Wescley e a mulher Fernanda Novaes. Eles pararam no acostamento de uma rua do Bairro Pio X quando Róbson da Silva, de 20 anos, e Evandro Corrêa, de 30, fizeram a abordagem. Paulo Ramos, que dirigia o veículo, tentou arrancar, e Corrêa atirou contra Miguel. O jogador parou e teve seu carro roubado.

– Eu só percebi o que estava acontecendo quando o Wescley mandou ele (Paulo Ramos) entregar o carro, porque eu acho que, no nervosismo, ele ou tentou arrancar ou tirou o pé da embreagem muito rápido. Aí, o (assaltante) que estava do lado, não sei se com a intenção de disparar ou bater no vidro, disparou e a bala acertou o meu nenê – contou Fernanda, mãe de Miguel.

Na tarde desta terça, os assaltantes foram presos e reconhecidos por Wescley, Fernanda, Radamés e Paulo Ramos. Depois, o pai de Miguel contou o que sentiu ao deparar-se com o autor do disparo.

– Quando eu o olhei, senti uma raiva. Senti raiva, sou um ser humano como qualquer um. Mas depois que eu o vi, pedi a Deus que tenha misericórdia dele, e tive tranqüilidade – declarou o zagueiro, confiante na recuperação do filho. – Ele é um garotinho, nenêzinho ainda, mas é muito forte. Por ter resistido a isso, ele é um guerreiro, disse o atleta, emocionado.

O delegado Joigler Paduano, que cuida do caso, disse que a má qualidade do projétil pode ter salvo a vida de Miguel.

– Às vezes, a munição é velha, antiga, então faz com que carga, quando disparada, não tenha tanto efeito de impacto quanto uma munição nova – explicou Paduano.

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