| 19/08/2008 19h42min
O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella, integra a corrente que defende que as mudanças no setor de petróleo incluam a destinação dos recursos do pré-sal para política pública.
— O presidente (Lula) deu o marco e a direção. O pré-sal é riqueza que tem que ser aplicada em benefício do povo. Qual vai ser o modelo adotado, ainda não se sabe, mas serão levadas em consideração atribuições legais do governo, da ANP (Agência Nacional do Petróleo), da Petrobras. Tudo vai ser discutido — disse.
Desde o início do debate envolvendo as mudanças no setor de petróleo e a possível criação de uma nova estatal para orientar investimentos na área do pré-sal, o diretor evita tecer comentários em público a respeito.
Na noite de segunda-feira, depois de ser homenageado na Assembléia Legislativa do Rio, Estrella, cuja carreira é marcada por uma visão notoriamente estatizante, preferiu manter o tom cauteloso.
Ele lembrou
que "existem vários interesses públicos e
privados" em relação ao tema petróleo no país e não quis revelar sua posição quanto à necessidade ou não de criação de uma nova estatal.
Gabrielli não deu entrevistas
O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, que prestigiou a homenagem a Estrella, deixou o local sem dar entrevistas.
Desde que sua opinião contrária à criação da "Petrosal", como está sendo apelidado o projeto de estatal, encontrou resistências junto ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão — um dos entusiastas da idéia — Gabrielli se mantém à parte da discussão pública a respeito.
Estrella disse apenas que o debate "está em voga" e que há "vários aspectos a serem considerados".
Para ele, porém, o "aproveitamento de recursos originados pelas pesquisas da Petrobras é uma questão de Estado e não vai considerar interesses privados".
"O interesse da nação é
soberano"
Indagado sobre a dubiedade da declaração, o diretor reiterou:
— O
controle (da Petrobras) é governamental, mas tem acionistas que tem que ser respeitados, porém, nestas novas descobertas o interesse da nação é soberano. Não devem ser considerados os interesses das empresas A, B ou C.
O executivo fez questão de salientar, contudo, que "é claro que não haverá quebras de contratos". A decisão do Conselho Nacional de Política Energética, comentou, garante a manutenção de todos os contratos de concessão já assinados.
Ele afirmou, ainda, ser bem provável que até o final de 2009 sejam conhecidos mais detalhes sobre o pré-sal, especialmente na área de Tupi, onde a companhia já identificou reservatórios de até oito bilhões de barris.
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