| 14/08/2008 23h54min
Meio sem jeito, com um sorriso tímido e os olhos marejados, o policial militar Juliano Campestrin dos Santos, 25 anos, foi entrando no Hospital Pompéia, no início da noite desta quinta-feira, em Caxias do Sul. Carregando um par de botas de criança e uma chupeta, Santos queria saber onde estava a mãe da menina Bethânia Mosena Soares Ferreira, um ano e dois meses, salva por ele depois da capotagem do ônibus da Ozelame, na terça-feira, na RSC-453, em Farroupilha.
O PM trabalhou o dia todo em Bento Gonçalves e fez questão de saber como estava a menina e a mãe, Ana Marina Soares, 31, ambas internadas no Pompéia.
Recebido como herói por Ana e o pai de Bethânia, Claudecir Luiz Ferreira, 37, Santos relatou como encontrou a garota no acostamento e a levou, em seu carro particular, para o pronto-socorro do Hospital Tacchini, em Bento Gonçalves.
— Tu não salvaste só a vida de nossa filha, salvou a nossa também — disse o pai, tentando quantificar o
quanto estava agradecido.
—
Ainda estou meio sem saber o que aconteceu, mas vou rezar para Deus te acompanhar — prometeu Ana, com as mãos feridas segurando as botas da filha e uma Bíblia.
— Nessas duas noites depois do acidente, não consigo dormir direito. Fico lembrando do rosto dela coberto de sangue. Preciso vê-la sorrindo e tirar uma foto com ela — afirmou.
O pedido foi realizado. Passou oito minutos na unidade de terapia intensiva sem soltar a mão de Bethânia. Pegou a menina no colo e alcançou a máquina fotográfica para o fotógrafo do Pioneiro registrar.
— Essa foto é a mais importante que terei. Vou colocar o bico no retrovisor do meu carro para me lembrar sempre da Bethânia — contou o PM.
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