| 08/08/2008 14h52min
O deputado federal José Otávio Germano (PP), alvo de uma representação que o Ministério Público (MP) encaminhou hoje ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, disse que é vítima de perseguição. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o deputado afirmou que está sofrendo uma "execração pública" e que não obteve a oportunidade de se defender.
— Foi subtraído de mim a oportunidade de qualquer defesa (...). Eu até fico pensando que algum tipo de perseguição está acontecendo — disse o deputado.
— Deveriam ter a grandeza jurídica de não jogar ao vento palavras, sons, que na verdade, machucam, mutilam, não a minha imagem política porque essa não interessa mais, mas a minha imagem pessoal — completou.
A representação enviada ao procurador-geral da República envolve também o presidente do Tribunal de Contas do Estado, João Luiz Vargas. Segundo o MP, haveria indícios de ligações dos dois com a fraude que desviou cerca de R$ 44 milhões do
Detran. As medidas foram anunciadas em
entrevista coletiva no final da manhã desta sexta-feira pelo procurador-geral de Justiça do Estado, Mauro Renner.
— Eu não seria tão amador de falar de propina, e eu não conheço propina na minha vida, por telefone — afirmou.
Ele afirmou que já entrou em contato com o procurador-geral da República e que espera poder se defender das acusações.
— Eu espero minimamente ter a chance de oferecer o meu contraditório e salvar a minha honra pessoal — disse José Otávio Germano.
Junto à representação, foram examinados documentos, contratos, CDs, e interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal na Operação Rodin. Segundo Renner, as gravações concluem que há elementos de convicção e indicativos de participação dos dois no esquema milionário.
José Otávio Germano ressaltou que os diálogos divulgados fazem parte de um processo judicial que corre em segredo de justiça e que o assunto foi requentado.
Sobre o número 71 citado em uma das conversas com Antônio Dorneu Maciel,
José Germano nega que se trate de alguma soma de dinheiro. Ele explicou que, no dia em que a conversa foi gravada, ele pedia a Maciel uma posição de vantagem na fila de votação da eleição para presidente do conselho do Grêmio já que teria que viajar a Brasília. Maciel teria respondido, inicialmente, que ele poderia ser o 71° a votar.
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