| 06/08/2008 06h56min
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o lobista Lair Ferst afirmou, uma semana depois de se desfiliar do PSDB, que a cúpula do governo decidiu reestruturar o esquema de desvio de dinheiro da autarquia. O empresário negocia com o Ministério Público Federal e a Justiça implicar cerca de 10 nomes de integrantes e ex-integrantes do primeiro escalão do governo do Estado e pessoas com foro privilegiado, em troca da retirada de parte das acusações contra ele.
A participação de integrantes do governo na fraude teria ocorrido durante a troca, pelo Detran, das fundações responsáveis pelas provas de habilitação, conforme a Folha. Em maio de 2007, a Fatec foi substituída pela Fundae, ambas fundações ligadas à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
— É público e notório que houve o envolvimento da governadora nesse processo (da troca de fundações) — disse Ferst, que até então procurara não envolver Yeda no caso, inclusive negando qualquer proximidade com
ela.
Ferst ajudou a coordenar a
campanha de Yeda ao governo do Estado em 2006 e é um dos principais implicados no caso de desvio de R$ 44 milhões do Detran. Além disso, é réu em ação criminal, junto a outras 39 pessoas. O "abandono" que sofreu por parte dos tucanos também seria um dos motivos da decisão de envolver a governadora, relata a matéria da Folha.
Contraponto
Zerohora.com tentou ouvir na manhã desta quarta-feira o responsável pela comunicação do governo, jornalista Joabel Pereira. No início da manhã, o celular do assessor estava desligado. A Folha ouviu Pereira ontem. Ele disse que "se ela (governadora) tivesse tido conhecimento, teria feito o que sempre faz quando surge alguma denúncia: mandado apurar". De acordo com o assessor, Yeda não tomou conhecimento da fraude do Detran antes da deflagração da Operação Rodin, da Polícia Federal, em novembro do ano passado, registra o jornal paulista.
O governo nega ainda que Ferst tenha sido recebido
pela governadora ou que exista amizade entre
eles. Sobre a participação do lobista nas eleições, o deputado federal Cláudio Diaz (PSDB), um dos coordenadores da campanha da tucana, afirmou:
— Desconheço qualquer papel dele na coordenação, ele raramente aparecia no comitê. Vi o Lair eventualmente em alguma ação de rua.
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