| 23/07/2008 17h24min
O dólar oscilou em alta ante o real durante toda a sessão nesta quarta-feira. As cotações foram sustentadas pela continuidade da correção externa da moeda americana ante o euro e o iene, em meio à persistente queda do petróleo, que é negociado em dólar.
Como a moeda, no Brasil, está no nível mais baixo em nove anos e meio, houve espaço para um ajuste técnico pontual, mas sem muita consistência, uma vez que o volume de negócios foi reduzido.
O dólar comercial fechou em alta de 0,25%, cotado a R$ 1,584. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, o dólar negociado à vista terminou o dia também a R$ 1,584, com avanço de 0,32%.
— Pouca gente quis arriscar grandes posições antes da decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) daqui a pouco — disse o operador Mario Battistel, da Fair corretora.
Selic
Para ele, o esperado aumento do diferencial de juros interno e externo, após a elevação
da taxa Selic que deve ser anunciada hoje, poderá atrair mais fluxo de
recursos estrangeiros para o país.
— Tanto a oscilação da moeda na sessão como o volume de negócios foram fracos e refletiram o compasso de espera do mercado diante das incertezas sobre o tamanho do aumento da Selic, se 0,50 ponto ou 0,75 ponto — completou Battistel.
— Se a Selic vier a subir 0,75 ponto, o fluxo financeiro que poderá migrar para cá poderá ser maior do que se a correção for de 0,50 ponto — afirmou.
A taxa básica de juros atual é de 12,25% ao ano.
O dólar comercial oscilou 0,25%, entre a máxima de R$ 1,5850 (+0,32%) e a mínima de R$ 1,581 (+0,06%). O giro financeiro total à vista diminuiu 18%, para cerca de US$ 1,916 bilhão.
Estados Unidos
A divulgação nesta tarde, pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), do Livro Bege, sumário das condições econômicas dos Estados Unidos, deixou o dólar volátil no Exterior, após a constatação de que a
atividade econômica nos EUA "desacelerou-se bastante" em junho e na primeira quinzena
de julho e que a pressão de preços está elevada.
Enquanto o dólar ampliou a alta ante o euro, o petróleo acelerou as perdas diante da possibilidade de redução do consumo e a desaceleração da economia americana.
A commodity também cedeu pressionada pela constatação de que continua baixo o risco de o furacão Dolly prejudicar a produção de petróleo no Golfo do México. Em Nova York, o petróleo perdeu 3,10% e fechou a US$ 124,44 o barril.
O Livro Bege revelou que os gastos de consumo estão lentos ou desacelerando e que o problemático mercado de moradia contribuiu para uma desaceleração da atividade econômica no leste dos EUA em junho.
Contudo, os gastos de consumo nos Estados do meio-oeste mostraram alguns sinais de crescimento.
— Os informes dos 12 distritos do Fed sugerem que o ritmo da atividade econômica desacelerou um tanto desde o último relatório — disse o operador.
Todos os distritos
caracterizaram as pressões de preços no geral como elevadas ou subindo.
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