| 10/07/2008 11h57min
O ministro da Justiça, Tarso Genro, voltou a defender a atuação da Polícia Federal na operação Satiagraha, que culminou com as prisões do sócio-fundador do banco Opportunity, Daniel Dantas, do investidor Naji Nahas e do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, nesta quinta-feira. Ele disse que a libertação do banqueiro e de dirigentes da instituição não compromete a ação da PF:
— Tenho orgulho da Polícia Federal pela sua retidão, postura republicana e respeito aos direitos humanos. É uma polícia que atua com ética e dentro da legalidade — disse Tarso, em mais uma reação às críticas contra a ação da PF.
Para ele, a Polícia Federal "é uma instituição de excelência que está em processo evolutivo extraordinário" e tem combatido o crime organizado e a corrupção "de forma exemplar". Tarso não quis opinar sobre a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, que determinou a libertação de Dantas, da irmã dele e de diretores do banco. Eles deixaram a
carceragem da PF na manhã de
hoje.
— Não temos nenhum juízo negativo. Não podemos emitir juízo a respeito de um ato independente, tomado com base na lei pelo presidente do Supremo — afirmou. — O fato concreto é que a quadrilha foi cancelada, a operação foi vitoriosa. Esse pessoal dificilmente vai se reunir de novo para cometer crimes. Eles só poderão se reunir, agora, depois de responderem a processo e cumprirem pena.
Tarso fez as afirmações depois de participar em Brasília da abertura da reunião dos chefes de Polícia dos Países de Língua Portuguesa:
— A Polícia Federal é orgulho de todos os brasileiros. Vivemos um momento em que a impunidade está terminando no País. Um momento em que não há mais intocáveis. Um momento em que há um processo massivo de inclusão social e educacional, mas também um processo inclusivo dos privilegiados na cidadania e no alcance da lei — ressaltou.
Para o ministro, a libertação de Dantas não inibe futuras ações de combate à
corrupção. Segundo ele, quando a polícia prende
suspeitos numa operação, ela tem objetivos claros de investigação que são ou para salvaguardar o processo probatório, ou para instruir o inquérito e fazer a contraposição dos depoimentos, ou ainda para confirmar o trabalho de inteligência que é feito anteriormente.
— Não são prisões arbitrárias. Elas são fruto da articulação da Polícia com o Ministério Público e a Justiça. Não há arbitrariedade nem 'festejamento' das prisões — disse o ministro, numa resposta às críticas que têm sido feitas pelo presidente do Supremo, que acusou a polícia de usar métodos "fascistas".
Clique nos nomes abaixo e veja os perfis
Quem é Dantas
Quem é Pitta
Quem é Naji Nahas
Clique no gráfico abaixo para ver matérias, comentário da colunista Rosane de Oliveira e como foi a Operação Satiagraha:
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