| 04/07/2008 15h10min
O diretor da Brasoja Antônio Sartori considerou tímido e demagógico o Plano Safra 2008/2009 para a agricultura empresarial e familiar, anunciado pelo governo. Ele concedeu entrevista ao Mercado e Companhia, nesta sexta-feira, dia 4.
Segundo ele, os US$ 78 bilhões colocados à disposição dos produtores (somando os recursos para os dois segmentos) não compensam os recentes aumentos nos custos de produção. Desta forma, ele acredita que o volume de recursos, na prática, é menor.
– Precisa ter muita coragem para dizer que o governo está acreditando, incentivando a agricultura para aumentar a produção de alimentos dentro do Brasil e aumentar a exportação. Se o governo não aumentou 30% dos recursos e se os custos subiram mais do que 30% num contexto global, o governo está diminuindo os recursos para a próxima lavoura. Está fazendo gol contra.
Para Antônio Sartori, o governo brasileiro enxerga o potencial do Brasil de aumentar a participação no comércio agrícola internacional. Ele avaliou que foram os equívocos de planos agrícolas e econômicos anteriores que levaram os produtores a dívidas hoje calculadas em R$ 87 bilhões de reais.
– Não é à custa do produtor de riqueza do Brasil que temos de subsidiar a cesta básica. Há décadas o produtor vem sofrendo. O produtor é competente e competitivo dentro da porteira, mas o governo poderia e deveria fazer mais.
Sobre a Reforma Tributária, bastante reivindicada pelo setor agrícola, Antônio Sartori classificou como utopia acreditar que os políticos do Brasil farão as melhorias no sistema de impostos com a velocidade que o país precisa.
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