| 07/06/2008 20h55min
Momentos após a governadora Yeda Crusius anunciar oficialmente a demissão do chefe do escritório do Rio Grande do Sul em Brasília, Marcelo Cavalcante afirmou que deixa o governo sem mágoas. Conhecido como embaixador do Estado na capital federal, Cavalcante voltou a dizer que pediu exoneração para não constranger a governadora. Ele, porém, não afastou a hipótese de retornar ao cargo após a passagem da crise.
— Jamais fui apegado a cargos, sei do trabalho que montamos em Brasília e estou preparado para retomá-lo no futuro — declarou, citando que recebeu telefonemas de apoio de vários parlamentares gaúchos.
Flagrado em uma conversa com o lobista Lair Ferst, Cavalcante refutou as acusações de envolvimento com as irregularidades investigadas pela CPI do Detran. O contato com Ferst, segundo ele, foi apenas político e partidário, sendo motivado pelo tempo em que trabalharam juntos como assessores do então deputado federal Nelson Marchezan (PSDB-RS).
— Ele
estava na angústia de conseguir um
contato com a Yeda — explicou.
Acompanhando do aparelho celular a primeira manifestação de Yeda sobre a crise no governo, Cavalcante elogiou as palavras da governadora. Ele também acusou a CPI de ter perdido o foco e garantiu estar preparado para depor na Assembléia.
— Na segunda-feira vou iniciar uma nova fase na minha vida política. Sempre com o foco no Rio Grande do Sul — assegurou.
Foi Cavalcante quem recebeu por e-mail a carta escrita por Ferst, classificada pela Polícia Federal com uma "confissão extrajudicial" sobre o esquema. Na quinta-feira, o representante do governo do Estado em Brasília explicou que pediu provas e, como o lobista não as apresentou, não entregou o documento à governadora.
O texto que não está assinado, tem o formato de uma carta e teria sido escrito em meados do ano passado pelo lobista. Nele, o autor pede um encontro com Yeda para "esclarecer (...) informações totalmente distorcidas por pessoas
interessadas em me denegrir".
Cavalcante
estava no cargo desde o início do governo Yeda. Há 22 anos trabalhando como assessor parlamentar, ele já havia servido à governadora na Câmara, assim como a Marchezan e a Luiz Roberto Ponte.
Chefe do escritório do Rio Grande do Sul em Brasília diz que deixa o cargo sem mágoas
Foto:
Carolina Bahia, Banco de Dados - 29/05/2007
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