| 26/04/2008 03h12min
A presidência da CPI do Detran solicitou nesta sexta-feira, por intermédio da assessoria jurídica, todas as imagens captadas por câmeras de segurança nas dependências do Shopping Total, em Porto Alegre. O objetivo é tentar identificar a presença, ontem, do secretário do Planejamento e Gestão, Ariosto Culau, e do empresário e suposto lobista Lair Ferst.
Os dois foram flagrados bebendo na praça de alimentação que fica na área externa. Ariosto deu mais de uma versão para o encontro. Primeiro, disse que se tratava de casualidade. Depois, admitiu ter acertado por telefone o encontro com Ferst. Membros da CPI querem verificar a movimentação deles na área do shopping para confirmar se chegaram juntos ao local.
Na madrugada de sexta-feira, quando a notícia do encontro de Ariosto e Ferst chegou ao conhecimento de deputados durante a sessão extraordinária da CPI, o deputado Fabiano Pereira (PT), presidente da comissão, falou da necessidade de ter acesso à listagem de ingresso
de pessoas no Palácio
Piratini e no Centro Administrativo do Estado. O pedido visa a verificar se suspeitos da fraude milionária do Detran estiveram nesses órgãos desde 2003, ano em que o esquema criminoso foi montado.
Em depoimento, delegado lança suspeita sobre Yeda
Os dados devem ser solicitados na segunda-feira, dia de mais depoimentos à comissão. O dono da Pensant Consultores, José Fernandes, não deverá comparecer à sessão. No final da tarde de sexta-feira, o advogado Cyro da Silva Schmitz, que defende sócios da Pensant, protocolou na CPI um atestado médico informando que Fernandes está deprimido, tomando medicamentos e não pode sofrer exposição. Seguem confirmados os depoimentos de dois filhos de Fernandes, Fernando e Ferdinando, também sócios da Pensant, e da advogada Denise Nachtigall Luz, mulher de Ferdinando.
Durante a madrugada de ontem, em depoimento à CPI, o delegado Luiz Fernando Tubino levantou suspeitas sobre a compra da casa
da governadora Yeda Crusius.
Ex-chefe
da Polícia Civil, ele afirmou ter informações de que Lair Ferst teria dado R$ 400 mil para ajudar Yeda a pagar a residência localizada no bairro Vila Jardim. Ferst é um dos indiciados pela Polícia Federal por suspeita de envolvimento na fraude que teria desviado mais de R$ 40 milhões do Detran.
— Tenho informações que a Operação Rodin, que está em sigilo, identificou o cheque — disse o delegado.
E acrescentou:
— A casa foi escriturada por R$ 750 mil, mas conversei com um corretor. Durante meses, o valor era R$ 1,5 milhão.
Tubino não apresentou provas. De acordo com o porta-voz do governo, Paulo Fona, as afirmações do delegado são mentiras.
Secretário de Planejamento foi flagrado por ZH na companhia de um dos indiciados pela fraude no Detran
Foto:
Marcos Nagelstein
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