| 27/03/2008 05h58min
Em meio à ofensiva da oposição na CPI do Detran, o Palácio Piratini deu uma missão aos tucanos na Assembléia: combater tentativas de associar indiciados na fraude com o governo Yeda Crusius.
A estratégia ganhou força após a divulgação do depoimento do ex-secretário executivo da Fatec Silvestre Selhorst, revelado por Zero Hora e pela Rádio Gaúcha na quarta-feira.
À Polícia Federal (PF), em novembro, Selhorst havia dado sua versão sobre como funcionava o esquema de desvio de dinheiro. Segundo o ex-secretário, teria havido pagamento de propina a integrantes do governo e parte do dinheiro irrigara partidos e campanhas eleitorais. Outra motivação é o requerimento que será votado na segunda-feira para que o secretário-geral de Governo, Delson Martini, seja convocado a depor.
Nesta sexta-feira, o deputado federal tucano Claudio Diaz estará na Capital e se reunirá com o chefe da Casa Civil, Cézar Busatto, e com a presidente estadual do PSDB, Zilá
Breitenbach. A idéia é preparar os deputados
para o enfrentamento na segunda-feira, quando o ex-secretário executivo será interrogado pela comissão.
O tucano trará de Brasília informações sobre a investigação da PF. O trio deve preparar uma assessoria parlamentar e técnica para municiar o relator da CPI do Detran, Adilson Troca (PSDB).
— Não deixaremos acusação sem resposta. O PT está de bando na CPI. Troca está sozinho. Ele precisa de uma estrutura ao seu redor — afirmou um aliado da governadora.
No Legislativo, o PSDB se reuniu e decidiu se mobilizar. A bancada tucana se comprometeu em proteger o governo nas próximas sessões. Segundo um aliado, a ausência de tucanos foi sentida na comissão. O objetivo é evitar que o nome de Yeda seja citado várias vezes ao longo dos depoimentos. No final da tarde de ontem, os tucanos divulgaram uma nota denunciando a "partidarização" da comissão e os "vínculos artificiais" apontados por oposicionistas.
— É um absurdo chamar Delson. Ele
apenas foi citado em uma ligação — reclamou
Troca.
— O governo está preocupado com a manipulação e a partidarização da comissão. Não vejo ninguém discutir o preço da carteira de motorista — comentou o porta voz da governadora, Paulo Fona.
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