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 | 19/11/2009 15h21min

Conab publica prospecção de mercado para a safra 2009/10

Estudo leva em conta os efeitos da crise internacional no setor

Atualizada às 20h09min

A Superintendência de Gestão da Oferta da Conab divulgou nesta quinta, dia 19, no site da estatal, estudo com a tendência de mercado para alguns produtos da safra 2009/10, como algodão, arroz, café, feijão, mandioca, milho, soja e trigo.

Entre outros aspectos, a prospecção leva em conta os efeitos da crise internacional no setor, como a queda na cotação de preços das principais culturas, a valorização da moeda brasileira e a perda de competitividade das commodities agrícolas destinadas à exportação.

— O objetivo é oferecer aos agentes de mercado e ao produtor mais uma fonte para análise no processo decisório do plantio — diz o superintendente Carlos Eduardo Tavares.

Tavares ressalta, no entanto, a limitação do estudo, devido a peculiaridades de efeitos naturais, a exemplo da disponibilidade de água, fertilidade do solo e outras questões que afetam diretamente os preços.

Veja parte das análises constantes do relatório:

Feijão
A trajetória de queda dos preços segue desde outubro de 2008, desestimulando grande número de produtores que devem optar por outros cultivos. Essa atitude de precaução dos produtores deve-se à elevada quantidade de produto de baixa qualidade no mercado e ao baixo consumo, que poderão influir negativamente na recuperação dos preços no curto prazo.
 
O mercado segue com uma oferta menor, mas a fraca demanda e os atuais níveis de estoques descartam, por enquanto, o aquecimento do produto. Em nível nacional, a queda ficou estabelecida em 1,4% em relação à safra anterior.
 
Milho
O último relatório divulgado em 11 de setembro de 2009 pelo USDA revela uma expectativa de supersafra norte-americana e, conseqüentemente, um aumento na produção mundial, já que os Estados Unidos são responsáveis por 41,44% (projeção da safra 2009/2010) da produção mundial.
 
Esta estimativa faz com que os estoques finais permaneçam altos, em torno dos 139 milhões de toneladas de grãos, o que gera uma expectativa de oferta alta no mercado internacional e, provavelmente, poderá manter os preços pressionados para baixo nas principais bolsas.
 
Portanto, não há previsão de grandes variações nas cotações, acreditando-se que estas devam se manter nos patamares de US$ 3,00/bushel (118,00 US$/tonelada), não se chegando à US$ 4,00/bushel (157,47 US$/tonelada) como aconteceu na safra de 2008/2009, onde fatores como a crise de alimentos e a incertezas da crise econômica mundial tiveram um peso importantíssimo no comportamento das cotações da CBOT.
 
Café
Com relação ao panorama internacional a expectativa para o ano 2010/2011 é de que venhamos a ter um mercado relativamente equilibrado, chegando-se a um estoque final de 32,8 milhões de sacas, que seria suficiente para atender a cerca de três meses de consumo mundial.
 
Arroz
A oferta mais ajustada à demanda, com um volume de estoque de passagem bem menor, a liberação de recursos para operações de formação de estoques públicos já no momento da colheita e preços internacionais estáveis e elevados, fazem crer que em 2010 os preços devem se estabelecer em patamares próximos aos que estão sendo observados em 2009.
 
Soja
O Brasil, dos principais países produtores, é o único que tem possibilidade de aumentar significativamente a produção de soja, apesar dos entraves logísticos, infraestrutura e produção sustentável que, no curto prazo, podem limitar este potencial. No que se refere à produção sustentável, a União Européia questionou, em período recente, o modo de produção da soja brasileira, sob a alegação de práticas de desmatamento, o que estaria contribuindo para o aquecimento global. Esta posição vem exigindo esforços adicionais do país no campo comercial e diplomático, tanto no sentido de desconstruir esse discurso, quanto de formar um posicionamento pró-ativo a respeito do tema.
 
Para a próxima safra, a oferta mundial deve aumentar em função das expectativas de boas safras nos três principais países produtores. As expectativas de aumento do consumo mundial, junto com a recomposição nos níveis dos estoques mundiais, devem mitigar os efeitos negativos nos preços. As cotações internacionais do grão devem situar-se em torno de US$ 9,00/bushel - US$ 354.3/t (base Chicago). A demanda interna por biodiesel tende a aumentar, em função da definição da política pública de busca de fontes alternativas de energia o que inclui o aumento gradual o consumo de biodiesel, onde a soja constitui-se a principal fonte. Gradualmente vai se desenhando um quadro de maior normalidade de oferta do crédito, indicando que o pior momento já passou.

CONAB

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