| 09/11/2009 17h19min
Outubro foi mais um mês de recuperação para a indústria de máquinas agrícolas. Porém, na avaliação da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), isso não significa que a crise já tenha passado. A entidade considera que a oferta de crédito para a compra de tratores de grande porte e colheitadeiras ainda está fraca.
Os dados do último mês foram apresentados em uma entrevista coletiva em São Paulo. As vendas de máquinas agrícolas aumentaram 13% de setembro para outubro, o que represente 6,16 mil unidades. Na comparação com outubro de 2008, o crescimento foi parecido, de 12,9%.
Ainda assim, no acumulado do ano, as vendas do setor seguem em queda: agora de 4,2%. O mesmo ocorre com as exportações, que acumulam queda de 61,4%. De qualquer forma, para a Anfavea, a indústria de máquinas vem se recuperando neste ano. A produção e o nível de emprego no segmento também têm crescido há alguns meses. A entidade considera que isso é resultado dos programas do governo, como o mais alimentos.
De acordo com a Anfavea, não se pode ver com grande otimismo essa recuperação das vendas internas de máquinas agrícolas por dois motivos. O primeiro é porque a base de comparação é fraca. Ou seja, os números de hoje estão sendo comparados com outubro do ano passado que foi justamente quando a crise financeira atingiu o setor e as vendas de máquinas caíram muito. O outro é que, segundo a associação, o crédito para o agronegócio ainda não foi retomado por completo.
A aposta da Anfavea para retomar as vendas das máquinas agrícolas de grande porte está nas linhas especiais de financiamento. Entre elas, as que fazem parte do chamado Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES, que tem taxas de juros menores. A associação espera também que o programa mais alimentos seja ampliado.
Nos automóveis, ônibus e caminhões, outubro teve a segunda maior produção da história, de acordo com a Anfavea. Foram mais de 315,9 mil unidades, um aumento de 15,7% em relação a setembro deste ano e 6,3% em relação a outubro de 2008.
Entretanto, o fim da redução do IPI interferiu nas vendas. A queda foi de 4,6% em relação a setembro. O desempenho ainda é melhor que o de outubro do ano passado em 23%.
O problema está no mercado externo. De janeiro a outubro, as exportações tiveram queda de 42% na comparação com o mesmo período do ano passado. Para os dirigentes da Anfavea, nem a recuperação das principais economias mundiais vai ser suficiente para mudar essa situação.
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