| 04/09/2009 11h
Os empresários do agronegócio estão mais conscientes de que abrir o capital na bolsa de valores pode trazer vantagens. A opinião é da presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana, que regula o mercado de capitais no Brasil. Ela disse que as companhias do setor que foram para a bolsa, conseguiram melhorar a administração. Nos últimos dois anos, corporações de diversos segmentos, como frigoríficos e usinas, iniciaram as operações na BMF Bovespa. Para a CVM, outras empresas podem seguir o exemplo.
Em 2007, o mercado de capitais do Brasil registrou um forte movimento de ofertas públicas iniciais de ações. A chamada IPO é feita quando a empresa começa a negociar na bolsa de valores. Há dois anos, foram registradas 51 ofertas que passaram dos R$ 28,8 bilhões. Grandes empresas do agronegócio integraram a lista, como os frigoríficos JBS, Marfrig e Minerva, além dos grupos sucroalcooleiros São Martinho e Açúcar Guarani. Já em 2008, foram quatro IPOs com valor maior do que R$ 7,5 bilhões. Entre elas, a Nutriplant, que atua no setor de insumos agrícolas.
Para entrar no mercado de capitais, as empresas têm que se adaptar a rigorosas regras de administração e de prestação de contas aos investidores. De acordo com a CVM, essa profissionalização é cada vez mais levada em conta pelos empresários do agronegócio. E a bolsa de valores pode ser o destino de outras empresas do setor para ampliar atividades e sobreviver em um mercado mais competitivo.
– É muito positivo que as empresas desse setor vejam as vantagens de formalizar toda a sua atividade, de organizar, profissionalizar, dispor-se a prestar contas, dar contas de seu desempenho para buscar o capital no mercado. O fato dos líderes do setor terem feito isso faz com que outras façam o mesmo. Para poder concorrer de uma forma minimamente competitiva, elas são obrigadas também a se profissionalizar, organizar sua governança, ou serão engolidas – explica a presidente da CVM, Maria Helena
Santana.