| 03/09/2009 18h12min
Deverão faltar sementes de espécies nativas para que os agricultores atendam à nova legislação federal. O assunto foi discutido no 5º Simpósio Brasileiro de Tecnologia de Sementes, que ocorreu durante o 16º Congresso Brasileiro de Sementes, que terminou nesta quinta, dia 3, em Curitiba. Para as sementes comerciais, novas tecnologias de rastreabilidade tentam impedir a pirataria.
São Paulo precisa recompor 1,5 milhão de hectares com mata ciliar, mas não produz metade das sementes nativas necessárias. Outros Estados passam por dificuldade semelhante. Além disso, falta conhecimento específico sobre o procedimento correto para a coleta desse tipo de semente e as áreas autorizadas estão muito restritas pela lei.
Os especialistas dizem que é preciso discutir ajustes na legislação e estabelecer políticas públicas para o setor. Outra preocupação é criar padrões mínimos de qualidade também para as sementes florestais. Porém, a grande discussão foi em torno de uma provável explosão de demanda por sementes nativas. A legislação ambiental federal passou a exigir do produtor a recomposição de áreas, mas, segundo os especialistas falta esse tipo de material em todo o país.
A pesquisadora do Instituto Florestal de São Paulo, Márcia Figliolia, que coordenou o encontro, diz que a maioria dos produtores de sementes são pequenos e médios. Eles estão deixando de trabalhar com semente nativa porque não têm estrutura para atender a lei, que está muito rigorosa, o que só piora a situação.
Para a agricultura, a tecnologia está adiantada contra a pirataria. Já está disponível no Brasil uma técnica holandesa que permite a rastreabilidade das sementes, uma a uma. Um produto invisível é aplicado durante o tratamento. Só uma caneta a laser revela se a semente é original.
Outra técnica aplica uma película sobre a semente que controla a absorção de água, reduzindo perdas em períodos de muita chuva. O recurso atraiu produtores que adotaram a integração lavoura-pecuária com opção pela brachiária.
Também é possível imprimir a marca do fabricante em cada semente, mesmo nas muito pequenas. As técnicas procuram reduzir a ação dos piratas e, segundo os fabricantes, o custo vale a garantia de produtividade e renda do produtor.
CANAL RURAL