| 19/08/2009 20h42min
A nova linha de financiamento do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) oferece a menor taxa de juros fixa ao ano para o produtor rural que pretende comprar máquinas, tratores ou implementos agrícolas.
As operações nos agentes financeiros já começaram a funcionar. Para a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), essa linha vai ajudar na recuperação do setor.
Uma alta de pelo menos 30% nas vendas até o fim do ano é a projeção de crescimento feita por uma concessionária desde que o BNDES PSI foi lançado.
— É uma linha excepcional para o agricultor. Tem uma taxa de juros bastante atraente, que eu acredito que vai mexer muito no mercado até o fim do ano nas vendas de tratores, implementos e colheitadeiras — avalia o consultor financeiro José Carlos Ferreti.
Com a nova linha de financiamento, só a concessionária onde Ferreti trabalha já fechou 12 negócios. Segundo o consultor, das linhas de financiamento disponibilizadas atualmente ao agricultor, essa é a mais vantajosa, pela taxa de juros fixa de 4,5% ao ano e pelo prazo de até 10 anos.
— É uma modalidade muito atraente que tem uma taxa de juros de 4,5%, enquanto na linha anterior, que é o Moderfrota, nós tínhamos 7,5 ou 9,5%. Então é quase a metade do juros para essa nova modalidade. Com certeza, beneficia muito o produtor rural — explica.
O produtor rural pode fazer o pedido deste financiamento até o dia 31 de dezembro. Por ter sido lançada recentemente, o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, ainda não sabe o quanto essa nova linha deve impactar nas vendas de máquinas agrícolas, mas adianta que vai dar um oxigênio para o setor.
— Isso é um oxigênio, sangue na veia, para dar um ânimo para o setor. Porque a gente está precisando levantar o astral de todo mundo para que o país comece a investir. Eu acredito firmemente que a gente está aí com todas as chances de começar a reverter isso e diminuir esse prejuízo — defende Aubert Neto.
O presidente da entidade alerta que não vai adiantar o BNDES liberar os recursos e os agentes financeiros não repassarem.
— Realmente isso é uma medida anticíclica. Só que os bancos públicos oficiais estão saindo na frente com isso. Mas eu acredito que os bancos privados não vão querer ficar para trás. Acho que é uma questão de tempo para que eles venham para corrente aqui. É bom para o Brasil, é bom para todos — diz o dirigente da Abimaq.
Para o presidente do BNDES, a nova linha de financiamento vai ajudar na recuperação do setor agrícola.
— É uma linha de crédito extremamente favorável e nós esperamos que o setor de máquinas agrícolas, que é um setor importante aqui na Abimaq, possa começar a se recuperar fortemente, à medida que as necessidades da agricultura brasileira comecem a se recuperar também — afirma o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Atualmente, o banco Nossa Caixa anunciou que passou a oferecer quatro linhas de crédito conveniadas ao BNDES, entre elas a BNDES PSI. No evento, uma construtora fez a primeira compra com a linha de financiamento do banco e adquiriu 10 máquinas no valor de R$ 2,5 milhões. Segundo o cliente, a operação foi concluída em uma semana. As novas linhas do banco somam R$ 200 milhões.
— Hoje, a Nossa Caixa tem mais de R$ 50 milhões de saldo total de repasses do BNDES para o setor agrícola, não só as máquinas, todo o setor agrícola e tem cerca de R$ 15 milhões apenas para o setor industrial. Nós colocamos R$ 200 milhões, uma ampliação bastante forte em relação a isso. Esperamos crescer, estamos fazendo divulgação para que isso cresça. Se houver consumo rápido desses R$ 200 milhões, nós temos a disponibilidade de aumentar esse valor — conclui o diretor-presidente da Nossa Caixa, Demian Fio.
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