» visite o site do RuralBR

 | 12/08/2009 11h13min

Representante da CNA diz que produtor não é culpado pelo aumento do preço do leite

Preço pago aos produtores gira em torno de 1,9% e 2,2% do valor final

O presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Ronaldo Sant'ana Alvim, negou nessa terça, dia 11, que os produtores de leite sejam os responsáveis pela alta do preço do produto nos últimos meses, que chegou a superar os R$ 3 em alguns Estados. Ao participar de audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara, ele disse que o preço pago aos produtores corresponde apenas em torno de 1,9% a 2,2% do valor repassado aos consumidores.

– Quando ocorrem os picos nos preços do leite longa vida na gôndola do supermercado, os produtores nunca participam disso – afirmou o representante da CNA aos deputados.

 – Ou seja, o preço que a indústria está vendendo para o atacado é em torno de duas vezes mais do que o valor pago pela matéria-prima ao produtor – acrescentou.

Para Alvim, a culpa pela alta do preço do leite é da indústria de processamento, do monopólio da fabricação das embalagens de leite longa vida e dos supermercados.

Ele também criticou o governo, que teria autorizado a importação de leite de países do Mercosul, como Uruguai e Argentina, a preços abaixo dos vigentes no mercado. Para ele, é preciso que os produtores estejam unidos em cooperativas, como ocorre em outros países do mundo.

– Os produtores têm que entender que no mundo inteiro a agropecuária é cooperativada e, mais ainda, o leite – argumentou.

Ainda segundo o presidente da CNA, na Nova Zelândia, que é o país mais eficiente do mundo e detém mais de 35% da fatia do mercado mundial, 100% do leite é captado em cooperativas e cooperativas grandes, com escala. No país, apenas uma cooperativa capta 95% da produção de leite. Ele citou também o exemplo dos Estados Unidos, onde uma cooperativa capta 23 bilhões de litros por ano, o que corresponde a quase toda produção brasileira.

Alvim afirmou também que a resistência dos produtores de leite no país em se organizar em cooperativas ocorre devido a experiências fracassadas. Mas, para ele, o fracasso no passado não foi reflexo do modelo e sim das pessoas que estiveram à frente das cooperativas.

– Não fomos bem-sucedidos nas cooperativas que tivemos, que chegaram a captar 60% do leite do país por uma questão de gestão. Temos que profissionalizar a gestão das nossas cooperativas – sugeriu. 

AGÊNCIA SAFRAS

© 2011-2012 RuralBR.com.br

Todos os direitos reservados

Grupo RBS