| 04/08/2009 17h44min
O coordenador da Operação Boi Pirata 2, Leslie Tavares, foi preso nesta terça, dia 4, em Novo Pogresso (PA) durante ação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para retirar gado criado ilegalmente na Floresta Nacional (Flona) do Jamanxim. A operação, deflagrada no último fim de semana, foi suspensa nesta segunda, dia 3, por uma liminar da Justiça estadual. Na madrugada desta terça, o presidente do Tribunal Regional Federal da 1° Região (TRF-1), Jirair Megueriam, determinou a retomada da ação do Ibama.
No entanto, a decisão da Justiça Federal não foi cumprida, e o juiz local determinou a prisão de Tavares. O coordenador geral de fiscalização do Ibama, Bruno Barbosa, disse que o órgão está acionando a Advocacia-Geral da União (AGU) para tomar medidas urgentes em relação à prisão do coordenador.
— Parece que o juiz está descumprindo a decisão do TRF. Se isso aconteceu, o juiz pode até ser preso pela Polícia Federal — disse.
A Operação Boi Pirata 2 foi deflagrada em uma fazenda localizada dentro da Flona Jamanxim, com 2.548 cabeças de gado criadas ilegalmente na unidade de conservação. O Ibama aplicou dez autos de infração, num total de R$ 15 milhões em multas. Novo Progresso é o município campeão de desmatamento no país e está localizado na região da BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém (PA), uma das grandes fronteiras de avanço da devastação da Amazônia.
A expectativa do Ibama é retirar os animais até a próxima quinta, dia 6. Além das cerca de 2,5 mil cabeças retiradas na ação, o Ibama espera que outros produtores da região desloquem os animais para fora da unidade de conservação. Na Operação Boi Pirata 1, em 2008 na Terra do Meio (PA), os agentes apreenderam 3,5 mil cabeças de gado e outras 100 mil foram retiradas pelos próprios fazendeiros, que ocupavam a área irregularmente.
O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, acredita que não haverá problema para vender os bois apreendidos em Novo Progresso, como ocorreu com os “bois piratas” da Terra do Meio, que só foram leiloados após cinco tentativas.
— Daquela vez houve um boicote. Mas, independentemente da venda, o objetivo de tirar os bois de áreas de conservação já está sendo cumprido — disse Minc.
AGÊNCIA BRASIL