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 | 09/07/2009 09h11min

Mudança do ministro da Economia argentino não deverá melhorar o comércio com o Brasil

A troca de nomes no comando da pasta não entusiasmou empresários e analistas

Lúcia Ritzel  |  lucia.ritzel@zerohora.com.br

A tendência a imitar o ritmo tenso e passional do tango se repete na economia argentina. Mais uma vez, o país mergulha na crise, depois de ter suas dificuldades internas agravadas pela retração global e pelo alastramento da gripe A, que provoca perdas no setor de turismo.

Estimativas apontam que a contração do Produto Interno Bruto (PIB) chegará a 5,3%, este ano, interrompendo a média de 8% registrada nos seis anos anteriores.

No Brasil, a situação do vizinho é acompanhada com preocupação e nem a troca de nomes no comando da economia do país, anunciada terça-feira à noite, entusiasmou empresários e analistas. A avaliação geral é que a chegada de Amado Boudou, conhecido por promover a reestatização do sistema de previdência local, não deve amenizar o atrito das negociações no comerciais entre os países.

– Ainda é cedo para dizer se a troca de ministros terá alguma vantagem para o Brasil, mas será difícil piorar o relacionamento – afirma José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação dos Exportadores do Brasil.

O setor privado brasileiro está irritado com o que considera protecionismo argentino. O teor das reclamações aumentou depois de o Brasil ter registrado, entre janeiro e junho, o primeiro déficit comercial semestral (-42%) desde 2003.

Para o ex-ministro brasileiro das Relações Exteriores Luiz Felipe Lampreia, os exportadores nacionais não têm o que celebrar:

– A presidente Cristina Kirchner assumiu um tom desafiador que tende a fazer dos dois anos que restam de seu mandato uma travessia no deserto.

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