| 01/07/2009 14h
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, afirmou nesta quarta, dia 1º, que o real foi um grande avanço, mas que o produtor do campo pagou “um preço” com o plano.
Para ele, depois de tantos planos de combate à inflação, é indiscutível que as medidas adotadas foram bem feitas, bem conduzidas e administradas, mas a agricultura, considerada a “âncora verde da plano real”, foi obrigada a manter preços baixos para não pressionar a inflação.
A consequência, na opinião do ministro, foi que nos três anos seguintes à implantação do plano a produção diminuiu, numa época em que não havia um mercado de excedentes e grande parte da produção terminava sendo consumida internamente.
Stephanes afirmou que parte do endividamento agrícola vem daquela época, mesmo considerando os problemas climáticos.
— Os preços caíram muito e aí o agricultor, embora recebesse crédito abundante, não tinha como devolver esse crédito depois — afirmou o
ministro.
Ele lembrou que, para rolar a dívida, o
agricultor tomava novo empréstimo e se endivida mais.
Stephanes fez questão de deixar claro que o plano foi positivo, pois nos anos seguintes o fato de não haver inflação permitiu planejar ações, o que mudou o panorama, principalmente para “os pequenos” tanto assalariados quanto produtores agrícolas.
— Sabemos que quem pagava o preço pela inflação eram os assalariados, os que tinham menor poder de renda. Isso aconteceu também com a pequena agricultura, com aqueles que não tinham a menor condição de comercializar a produção e acabavam pagando um preço muito alto por causa da inflação — defendeu.
O ministro lembrou que nos anos seguintes ao lançamento do plano, a agricultura passou a ter desempenho cada vez melhor e o agronegócio se desenvolveu com velocidade e maior eficiência. Essa nova realidade permitiu mensurar melhor os custos de produção, os ganhos e a renda, o que era praticamente impossível durante o período de alta inflação.
Quando à valorização do real frente ao dólar, o ministro não credita apenas à força da moeda brasileira. Para ele, o real se mantém uma boa posição porque os fundamentos da economia estão bem e isso faz com que os investidores tenham mais confiança e vejam o Brasil como uma das grandes opções.
— Isso faz com que o dólar se deprecie em relação ao real [com mais dólares na economia]. Então, não é só o fato de o real ser uma moeda boa e forte — concluiu Stephanes.
AGÊNCIA BRASIL