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 | 15/06/2009 17h56min

Stephanes diz que não concorda com embargo à carne do Pará

Três redes de supermercados nacionais e outras empresas suspenderam compra de 11 frigoríficos do Estado

Atualizada em 15/06/2009 às 20h58min Renata Maron | São Paulo (SP)

Durante a reunião do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Cosag/Fiesp), nesta segunda, dia 15, um dos assunto mais polêmicos foi a suspensão da compra de carne dos frigoríficos do Pará por grandes redes de supermercado.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, que esteve presente no encontro, disse não concordar que todo o Estado seja punido.

– Aqueles que desmataram de maneira irregular, de forma ilegal, terão que sofrer a pena por isso, mas temos que considerar que, na grande maioria dos casos, existem áreas consolidadas há até 50 anos – disse.

Desde a semana passada, três redes de supermercados de âmbito nacional - Pão de Açúcar, Carrefour e Wal-Mart - decidiram suspender a compra de carne de 11 frigoríficos localizados em áreas apontadas como de desmatamento na região amazônica. Os três varejistas, além de outras 68 empresas revendedoras de derivados do boi e fabricantes que utilizam o boi como matéria-prima para seus produtos, foram notificados pelo Ministério Público Federal (MPF) no Pará e alertados a evitarem a venda de produtos que tenham origem nas áreas apontadas pelo Greenpeace em seu estudo A Farra do Boi na Amazônia, divulgado há duas semanas.

No encontro desta segunda, especialistas do setor deixaram claro que são a favor do desmatamento zero na Amazônia e disseram que o problema é um produto proveniente de uma região já consolidada e que estava na legalidade sofrer as consequências.

Para o presidente do Sindicato das Indústrias do Frio no Estado de São Paulo (Sindifrio), Edivar Vilela de Queiroz , o boicote promovido pelas redes de supermercados está "penalizando a pecuária brasileira".

– Nós temos que respeitar as áreas consolidadas e respeitando as áreas consolidadas, nós não temos que punir o produto que está saindo hoje de uma fazenda regular. A fazenda que está formada, criando, recriando e engordando. Isso é área consolidada e que foi anteriormente autorizada pelo Meio Ambiente.

De acordo com o diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), João Bento, tudo isso é reflexo de ocorrências em 2007 e 2008, e não se trata de boicote ao Estado do Pará. Segundo ele, o que não pode acontecer é generalizar uma questão que é pontual.

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