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 | 12/06/2009 05h10min

Douglas Costa, um caso único no futebol mundial

Diogo Olivier, colunista online  |  diogo.olivier@zerohora.com.br



Foto: Valdir Friolin, 11/11/2008










A imprensa inglesa especula sobre os prováveis substitutos de Cristiano Ronaldo, agora que o Manchester United está de cofre cheio com os R$ 254 milhões pagos pelo Real Madrid. E quem está entre os especulados? Taison, Nilmar e Douglas Costa (foto).

De Taison, não vou falar. É titular do time, foi goleador do Gauchão e segue o mesmo caminho na Copa do Brasil. De Nilmar, muito menos. Acaba de colocar a Seleção na Copa de 2010 com o gol da vitória sobre o Paraguai por 2 a 1. Mas o caso de Douglas Costa merecia quadro de Salvador Dali. É algo assim surrealista.

Trata-se do único jogador da história do futebol desde a chegada de Charles Miller em terra brasileira que é cobiçado e arranca suspiros no mundo inteiro — menos no próprio clube.

Não dá para entender. Não se trata de exigir titularidade, mas uma chance. Uma singela e prosaica chance. Deixá-lo jogar uma, duas, três, quatro partidas seguidas, como aconteceu com tantos medíocres. Ramon, por exemplo. Teve uma fartura de oportunidades.

Alex Mineiro é um jogador de boa técnica, mas é duro vê-lo marcando gol. Atacantes vivem de gols. Quanto mais gols eles marcam, mais alta é sua cotação no mercado. Pode ser garçom, fazer parede, dar assistência (agora virou moda dizer assistência em vez de passe), mas nada disso adianta sem gol. Não há de ser essa uma tarefa para goleiros ou zagueiros, suponho, embora Celso Roth tenha tentado nos convencer do contrário. Perea, Reinaldo, Jonas, muitos tiveram chance. Douglas, não.

Então, pergunto: qual o problema com Douglas Costa? É exibido? Anderson é até hoje, como titular do Manchester United. Sir Alex Fergusson não parece preocupado. Tem o rei na barriga? Renato Portaluppi tinha uma corte inteira, com direito a mucamas. Com Celso Roth, ainda dava para entender. Há dez anos, ele escalava Itaqui e deixava Ronaldinho na reserva. Preterir uma promessa como Douglas fazia até sentido no estranho mundo do ex-técnico gremista. Mas Autuori, não. Autuori tem no currículo a marca indelével de apostas em futuros craques.

Assim, se o Grêmio ainda não encontrou o parceiro ideal para Maxi López, por que não tentar Douglas?

Se os ingleses e os treinadores das seleções de base da CBF suspiram por ele, qual a razão para ter a carreira entravada no próprio clube? Se Taison era meia e hoje é atacante, se Alex era meia e chegou à Seleção como atacante do Inter, o que há de tão demoníaco em dar uma chance a Douglas no ataque?

Se der certo, o Grêmio ganha um craque. Se der errado, melhor ainda: teríamos a certeza de que Douglas não é isso tudo, como insistem os ingleses. No começo do ano, ele era o 5º em uma lista das 50 maiores promessas do mundo inteiro, segundo o jornal The Times. É preciso tentar. Só isso, nada mais. O que não pode é o mundo cogitar um gaúcho para substituir Cristiano Ronaldo e ele não ser cogitado para substituir Jonas ou Alex Mineiro. Isso é que não pode mais.

Leia os textos anteriores da coluna No Ataque.

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