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 | 04/06/2009 04h28min

O desafio do grito de guerra

Antes do jogo de ontem torcidas de Inter e Coritiba travaram batalha

Diogo Olivier, Enviado Especial/Curitiba  |  diogo.olivier@zerohora.com.br

Antes do jogo de ontem no Couto Pereira, com o estádio ainda à escura, porque os refletores demoravam a acender, houve um instante em que as duas torcidas resolveram travar uma batalha de gritos de guerra.

Com um detalhe: as torcidas não duelavam ao mesmo tempo. Uma esperava a outra cantar um pouco até entender a letra e o ritmo. E assim foram por uma meia hora, como se estivessem trocando experiências para renovar o repertório logo ali adiante. Algo assim como um workshop.

Os colorados ficaram atrás da goleira da direita de quem viu o jogo pela RBS TV. Ali cabiam 6 mil pessoas, mas a polícia militar, por questões de segurança, só permitiu a venda de 3,4 mil ingressos.

Tapumes e uma fileira de soldados isolaram o local reservado aos visitantes do setor de cadeiras do Coritiba. A Popular do Inter pendurou os seus trapos, acendeu os sinalizadores e, aos poucos, foi tomando conta daquele setor.

A Império Alviverde, maior e mais temida torcida organizada do Coritiba, postou-se no lado oposto, como de costume, atrás da outra goleira. Os colorados começaram o espetáculo com o seu cartão de visitas:

– Ô, vamos, vamos Inter, vamos, vamos Inter...

Ao que a torcida do Coritiba, assim que pegou o ritmo, manteve a letra mas acrescentou uma palavra impublicável, embora engraçada do ponto de vista da brincadeira:

– Ô, tomar ... Inter.

Quando queriam provocar mesmo os seus adversários, os colorados emendavam:

 – Ão, ão, ão, segunda divisão. Ou, ainda:

– Ão, ão, ão, cem anos na primeira divisão – em referência ao fato de o Inter nunca ter experimentado o gosto da Série B, enquanto o Coritiba já caiu mais de uma vez.

Como resposta, aí sim, xingamentos de toda espécie por todos os lados, além de vaias. Em seguida, veio um antigo mantra de incentivo local:

– Coooooooxa....

Quando o Coritiba entrou em campo, o show paranaense foi digno de aplauso. Enchidos pelos torcedores que os encontraram nas cadeiras, os 9 mil balões brancos e verdes formaram a sigla CFC no estádio. Mas aí já havia luz de sobra. E era preciso acompanhar um jogo tenso.

Então, as torcidas esqueceram um pouco a oficina de cânticos e passaram a se preocupar em animar os seus próprios jogadores.

Estava, com temperatura perto de 0ºC, começando a luta quente por uma das vagas na final da Copa do Brasil.

ZERO HORA

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