| 02/06/2009 19h50min
Os produtores argentinos contabilizam perdas por causa da seca que assola o país desde o começo do ano. A produção de trigo deverá fechar o ano safra em pouco mais de 8,3 milhões de toneladas, 50% a menos do que na safra 2007/2008. Entretanto, a quebra da lavoura de trigo argentina não deve refletir em aumento do preço do produto no mercado brasileiro.
Aqui no país, a preocupação é com o desabastecimento, principalmente porque 95% do trigo importado em grão e 100% da farinha de trigo vem da Argentina. Porém, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) garante que não vai faltar produto.
— A Argentina, mesmo com esta safra, tem produto garantido para o Brasil — diz o analista de Mercado de Trigo da Conab, Paulo Magno.
Segundo a Conab, o preço do trigo hard pode sofrer valorização, porque está caindo a produção mundial desse tipo de trigo, utilizado para a fabricação de pão francês. Para os especialistas, isso não quer dizer que o valor vai aumentar aqui no país. Além dos estoques garantidos, há sinais de que com condições climáticas mais favoráveis, a produção argentina de trigo deve voltar a subir na próxima safra.
— A Argentina, segundo o Departamento de Agricultura Norte-Americano, deverá produzir cerca de 11 milhões de toneladas, acima das 8,3 milhões de toneladas que produziu este ano — acrescenta Magno.
O diretor-secretário da Associação Brasileira da Indústria da Panificação e Confeitaria (Abip), José Joffre Nascimento, garante que ainda é cedo para pensar em aumento nos preços do pãozinho. Os moinhos teriam um bom estoque de trigo e farinha.
— É cedo para fazer essa avaliação e a gente acredita que, por várias razões, como a busca de outros mercados e aumento de produtividade no Brasil, isso não deve ser tão significativo — explica Nascimento.
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