| 22/05/2009 18h47min
Produtores rurais que têm contrato com a Sadia e a Perdigão esperam que não aconteçam mudanças após a fusão dos dois grupos. Os criadores de aves trabalham em sistema integrado com as empresas que eram concorrentes no setor.
A família do produtor rural Moisés Mazzarolo mora em Veranópolis, na serra gaúcha. Eles trabalham há mais de 15 anos com a Perdigão. O último lote de animais foi levado na última sexta, dia 15. O próximo deve ser alojado na semana que vem. A possibilidade da fusão com a Sadia foi antecipada pelos técnicos que trabalham com os produtores integrados.
— A gente tem expectativa que possa ser melhor. A gente gostou porque a Perdigão já é uma empresa grande e a Sadia é mais uma empresa grande. Então, a união de duas empresas grandes tende a ser uma empresa muito maior. Tem que manter os alojamentos assim como estão, com intervalos de 10, 15 dias. Daí dá para ter um bom vazio sanitário para o próximo lote, para a gente conseguir o rendimento financeiro — diz o produtor rural Moisés Mazzarolo.
Pelo acordo com as empresas, o produtor é o responsável pelas instalações e participa com insumos para aquecimento, material para cama, energia elétrica e mão-de-obra. Ele recebe os animais, rações, medicamentos, transporte e assessoria técnica. Na hora da entrega do lote, o produtor é pago de acordo com a qualidade dos animais que foram criados.
— Se caso desse um grande problema, se quebrasse uma empresa dessas, criaria uma corrente de consequências desde o produtor de grãos até o integrado. Isso passaria pelas empresas também. Mas certamente esta fusão trará resultados positivos aos nossos integrados, aos nossos agricultores — declara o presidente dos trabalhadores rurais de Veranópolis, Moacir Mazarollo.
O produtor rural Santos Moro concorda. Ele virou um entusiasta da fusão entre as empresas, o que antes, pensava que jamais pudesse acontecer um dia.
— Nunca se imaginou porque sempre foram concorrentes e nunca se pensou, nem se imaginou que pudesse haver uma possibilidade de se unirem. É muito interessante para nós produtores porque a união faz a força. Não tem mais aquela concorrência entre as duas e essa concorrência vai ser com as outras. A exportação vai ser igual, vai ser tudo da mesma maneira, vai ser uma firma, só vai ter mais possibilidades para negócios, pra tudo. A gente acredita que agora melhore cada vez mais as coisas. A tendência é melhorar, eu penso — comemora Moro.
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