O ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto, integrante do Conselho de Desenvolvimento Econômico da Presidência da República, afirmou que a baixa do dólar, que se aproximou essa semana de R$ 2, é um complicador para o setor exportador, já bastante prejudicado com a crise mundial.
 
Rigotto lembrou que os preços de produtos exportáveis, exceto os alimentícios, caíram em razão da queda brusca na demanda internacional, pressionando as empresas nacionais voltadas para o mercado exterior. O ex-governador destacou que o dólar desvalorizado agrava essa situação.
 
Para solucionar esse problema, Rigotto sugeriu que o Banco Central compre dólares, para reduzir a oferta dessa divisa internamente; e que o Copom reduza mais a taxa de juros.
 
A presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana, afirmou que a alta súbita do dólar, que passou de um valor próximo de R$ 1,60 para cerca R$ 2,30 em menos de um mês no final do ano passado com a eclosão da crise, desestabilizou desde grandes empresas com capital aberto até pequenos negócios. "Um problema que ninguém imaginava que fosse acontecer [alta repentina e expressiva do dólar], aconteceu", afirmou.
 
Segundo ela, a CVM editou uma norma para garantir informações adequadas ao público sobre até que ponto as empresas com ações na bolsa estavam ameaçadas pela instabilidade do dólar, em razão de estarem obrigadas com derivativos indexados à moeda americana. A maior transparência, segundo ela, produziu resultados positivos.