| 09/05/2009 14h35min
A reportagem da revista Veja que confirma a existência de gravações em que o ex-assessor Marcelo Cavalcante, encontrado morto em 17 fevereiro, em Brasília, reabriram uma crise no Palácio Piratini. A matéria relata irregularidades na campanha e na gestão da governadora Yeda Crusius. Saiba o que pode acontecer da repercussão dessas denúncias:
1) A reportagem da revista Veja, mesmo que baseada principalmente em cima da entrevista da viúva de Marcelo Cavalcante, reafirma denúncias que dirigentes do PSOL vinham fazendo desde fevereiro, como por exemplo, a contribuição de campanha que envolveria empresas fumageiras. O PSOL diz ainda ter tido acesso a vídeos, além de áudios, também gravados pelo lobista Lair Ferst.
2) A se confirmarem as revelações da empresária Magda Koenigkan, é muito provável que Lair tenha feito, de fato, acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal — acordo que vem sendo desmentido pelo próprio. As fitas, gravadas por Lair (e que Veja
teria tido acesso),
estariam em poder dos procuradores da República.
3) As novas denúncias reforçam a possibilidade de CPI na Assembleia. Até sexta-feira, a oposição tinha 14 das 19 assinaturas necessárias para a instalação da comissão para apurar denúncias que vieram à tona após a morte de Cavalcante. No sábado, o deputado Raul Pont (PT) já afirmou que o novo cenário "deve convencer mais deputados" a aderirem à proposta da oposição.
4) No entendimento de procuradores do Ministério Público, ouvidos por ZH, o arquivamento da investigação da compra da casa de Yeda foi "provisório". Ou seja, pode ser reaberto com o surgimento do que eles qualificam de indícios mais consistentes. A forma de aprofundar o episódio exige a quebra de sigilo bancário da governadora, de seu ex-marido e da família do ex-secretário Delson Martini, que comprou o apartamento de Capão da Canoa do casal Crusius. Na época, o Judiciário entendeu que não havia elementos para pedir a quebra do sigilo.
5)
A própria governadora disse sábado,
em entrevista coletiva, estar preparada para o surgimento do relato de mais fitas. "Todo mundo sabia que Lair fazia gravações", disse Yeda.
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"Desconsidero as declarações dessa moça", afirma Yeda sobre denúncias detalhadas por Magda Koenigkan
Foto:
Emílio Pedroso