O ministro da Fazenda, Guido Mantega, descartou nesta segunda-feira novas desonerações de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a exemplo do que ocorreu com carros e eletrodomésticos.

— Não podemos reduzir o IPI de tudo. Já reduzimos muito o IPI nos últimos anos. Reduzimos agora para aqueles setores que iriam aumentar as vendas e acho que fomos bem-sucedidos. Então, no momento, não estamos cogitando novas reduções de IPI — disse Mantega, ao sair da reunião de coordenação política com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros.

Mantega também avaliou que a taxa de juros Selic ainda não caiu o suficiente para a necessária retomada de crédito na economia brasileira. Na última semana, o Conselho de Política Monetária (Copom), do Banco Central, reduziu a taxa de juros de 11,25% ao ano para 10,25%.

— Lentamente estamos retomando o crédito. O crédito está melhorando, não ainda o desejado, a taxa de juros está caindo, mas ainda não caiu o necessário, deverá cair mais para que o crédito seja alcançado para aqueles que precisam disso.

Mantega fez uma avaliação da situação econômica no Brasil e no mundo, durante a reunião, da qual participam ministros e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, há aumento do crédito também na economia internacional, e a consolidação do governo do presidente americano, Barack Obama, está transmitindo maior confiança aos mercados.

Sobre as mudanças nas regras de poupança estudadas pelo governo, o ministro disse que não haverá alterações que resultem em perdas para os pequenos poupadores:

— Todos que estão na poupança continuarão tendo a mesma garantia, poderão colocar e retirar na hora que quiser e continuarão tendo rendimento. A poupança continuará sendo a aplicação mais garantida, mais sólida e vai continuar tendo um dos melhores rendimentos.

Questionado sobre a situação do ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, no governo, Mantega afirmou que "o ministro Múcio está muito bem e está sólido". Na final de semana, veículos de imprensa noticiaram que o PMDB estaria pressionando o governo para que o cargo do ministro ficasse com o partido.

Participam da reunião de coordenação, além do presidente Lula, o vice-presidente, José Alencar, e os ministros da Justiça, Tarso Genro, do Planejamento, Paulo Bernardo, da Fazenda, Guido Mantega, da Casa Civil, Dilma Rousseff, das Relações Institucionais, José Múcio e da Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins.