O adversário do Grêmio nas oitavas de final da Libertadores é uma espécie de Ulbra peruana. Assim como a instituição gaúcha, o San Martín é recente. Fundada em 2004 por professores da Universidade de San Martín de Porres – uma das principais particulares de Lima – e empresários locais, estreou na primeira divisão ao comprar a vaga do Coopsol, um time também com sede na capital.

Agora, como único remanescente do Peru na Libertadores, o time deve ser adotado pelas demais torcidas. Até por que carrega o nome San Martín de Porres, santo mulato e um dos mais populares do país. Na quarta-feira, quando receber o Grêmio no Estádio Alejandro Villanueva, do Alianza Lima, contará com apoio de pelo menos 15 mil torcedores. Se dependesse só de sua torcida, os “santos”, como são chamados, atrairia pouco mais de mil pessoas.

Confira o caminho do Grêmio na Libertadores

Com um projeto enxuto, o San Martín sagrou-se campeão nacional com apenas quatro anos de vida. Em 2008, foi bicampeão peruano. Com uma folha salarial modesta para os padrões locais – o clube investe cerca de R$ 178 mil mensais com o futebol –, o San Martín contrata jogadores oferecendo bolsas na universidade para eles e seus familiares. Do grupo atual, nenhum jogador está cursando faculdade. Mas quase todos têm mulher, irmãos ou primos matriculados na instituição.

Em comemoração ao bicampeonato nacional e o retorno às aulas, no começo do ano o elenco do San Martín posou com o uniforme de jogo e com o capelo – aquele chapéu que os formandos recebem para colação de grau. A foto virou campanha publicitária da universidade.

Após perder por 3 a 0 para o eliminado River Plate, na quarta-feira, o San Martín teve dificuldade para viajar de Buenos Aires até Lima. O Aeroporto de Ezeiza estava fechado, devido ao mau tempo, e o voo atrasou cinco horas. A chegada em casa estava prevista apenas para as 22h de ontem (horário de Brasília). Por isso, no domingo, o San Martín utilizará time misto contra o Inti Gas, pelo campeonato peruano.