| 23/04/2009 14h41min
O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown, defendeu hoje um aumento dos impostos cobrados aos que recebam mais de 150 mil libras anuais (167 mil euros), ao afirmar que a medida permitirá a recuperação econômica do país, segundo ele.
O líder trabalhista respondeu assim às críticas dos que advertem que com tal iniciativa Londres deixará de ser o centro financeiro europeu. Fora isso, Brown respondeu às organizações empresariais britânicas, que defendem que a medida provocará a perda de um grande número de empregos qualificados, gerando uma verdadeira "fuga de cérebros" para outros países com tributação menor.
Perante as acusações, Brown disse hoje, em um ato em Londres, que a decisão não representa a morte do Novo Trabalhismo, lançado por ele e Tony Blair em 1997, mas serve ao objetivo do Estado de "dar as mesmas oportunidades a todos". Para o primeiro-ministro, continua sendo necessária a contribuição "daqueles que mais ganharam nos últimos anos".
O Orçamento Geral do
Estado, apresentado nesta quarta-feira pelo ministro da Economia, Alistair Darling, contempla uma alta de 5% no juro marginal máximo aplicável aos que ganhem mais de 150 mil libras ao ano, para 50%, assim como a eliminação dos alívios fiscais aos que recebam mais de 100 mil libras anuais (111 mil euros).
A ideia foi duramente criticada pelos agentes sociais, que acusam o Executivo de romper com o Novo Trabalhismo impulsionado em 1997 por Blair, que defendeu que a economia britânica deveria se apoiar no talento e na produtividade, e não em um aumento de impostos.