| 11/04/2009 03h39min
Relutante até o início da semana em liberar Paulo Autuori, o xeque Abdullah bin Hamad Thani, dono do Al-Rayyan, admitiu ao técnico, pela primeira vez, rever sua posição. Foi na quinta-feira. Impressionado com o desejo de Autuori de retornar ao Brasil, após conhecer o projeto de longo prazo que o Grêmio pretende desenvolver sob seu comando, o xeque prometeu-lhe uma resposta para este sábado.
— Se o Al-Rayyan não tiver mais chances de ser campeão, ele ficou de estudar sua saída após o jogo contra o Al-Saad. Não teria sentido mantê-lo apenas para as duas copas que fecham o calendário. Mas sabe como é negociar com árabes — precaveu-se ontem um dirigente do Grêmio.
O jogo do Al-Rayyan será na manhã deste sábado. Será a penúltima rodada. Em caso de empate, as duas equipes, que ocupam a vice-liderança, terão poucas chances de título. Ambas estão seis pontos atrás do Al-Gharafa, que joga somente amanhã. Isso facilitaria a liberação de Autuori, que gostou da
possibilidade de supervisionar as
categorias de base do Grêmio. Seu contrato se estenderia até o final de 2010.
A perspectiva de um acerto com Autuori não fecha a janela para Renato Portaluppi e Ney Franco. Com Portaluppi, o trabalho não seria de longo prazo. O clube apostaria no chamado “tiro curto” para ganhar a Libertadores, confiando no apoio da torcida.
— Se Autori não for contratado, Renato cresce — diz o mesmo dirigente.
A dívida de R$ 1,1 milhão que o Grêmio tem com Renato não seria empecilho para o ex-jogador aceitar o convite para treinar. A informação é de Rogério Braun, advogado de Portaluppi. No ano passado, o ídolo recebeu parte da dívida e aceitou que o saldo ingressasse no condomínio de credores – para receber em até três anos e meio. A informação era de que Renato dificultaria um acerto para comandar o time se não recebesse o total desse valor imediatamente. Renato está no Rio e, por telefone, autorizou Rogério a falar por
ele.
— Renato nunca impôs condição para voltar ao Grêmio.
Se ele sequer foi procurado pelo clube, como poderia manifestar condições para ser contratado? — questionou o advogado, afirmando que no momento em que o ex-jogador ingressou no condomínio, a questão da dívida foi resolvida.