| 09/04/2009 22h06min
Sindicatos patronais e de trabalhadores da indústria pretendem entregar ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em audiência em Brasília na próxima segunda-feira, documento com propostas de redução temporária da carga tributária para o segmento industrial, em troca da manutenção dos empregos e dos salários durante o período em que vigorar o regime de desoneração.
As entidades empresariais comprometeram-se, por escrito, a manter os empregos e a renda dos trabalhadores, em contrapartida à isenção temporária de tributos. A reação de instituições como a Confederação Nacional dos Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores (CNM/CUT), da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi) deve-se ao alto índice de demissões no setor previsto para os próximos meses.
De acordo com pesquisa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), divulgada na última
segunda-feira, duas em cada cinco
indústrias de São Paulo pretendem demitir nos próximos meses. Em média, os cortes deverão atingir 14,3% do quadro de pessoal.
Segundo as entidades, o objetivo dos acordos é defender o emprego, fortalecer o mercado interno e atravessar o período mais difícil da crise financeira mundial que, para os sindicatos, ainda está por vir. De acordo com dados das entidades, calcula-se que o setor de bens de capital no Brasil empregue aproximadamente 243 mil trabalhadores. As micro e pequenas indústrias respondem por aproximadamente 3 milhões de empregos.
Entre as propostas que serão apresentadas ao presidente Lula, há pedido de isenção de impostos federais e estaduais, como PIS, Cofins, IPI e ICMS, na saída de máquinas e equipamentos destinados ao ativo fixo das empresas, e de suspensão da incidência dos mesmos tributos na aquisição de insumos de produção por parte dos fabricantes.
O documento também propõe negociações com o Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) para
aumento do limite de crédito do cartão da instituição e alongamento de prazo de pagamento dos financiamentos contratados por empresas do setor em 12 a 24 meses. Na reunião, as entidades também planejam tratar com o presidente sobre planos de defesa do desenvolvimento e da manutenção dos empregos.