| 31/03/2009 19h05min
O impacto do bloqueio de 47% do orçamento do Ministério da Agricultura é fonte de preocupação no Congresso Nacional. Os parlamentares temem que a distribuição do dinheiro restante prejudique programas estratégicos para o setor. Além disso, o corte temporário de R$ 25,4 bilhões no orçamento da União pegou de surpresa alguns ministros.
— Ainda não avaliamos porque nós não sabíamos qual era o tamanho do corte e agora sabendo do tamanho é que vamos ver. A insônia não tinha começado ainda. Como só tive conhecimento disso nesta segunda, ela começa a partir de agora — diz o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Miguel Jorge.
O ministério da Agricultura avalia o impacto do bloqueio de mais R$ 1 bilhão no orçamento da pasta e não informou os reflexos nos programas que atendem o produtor. O grupo de parlamentares da bancada ruralistas que discute a crise no agronegócio começou a calcular os efeitos do congelamento de recursos para áreas, como a defesa sanitária e a garantia de preços mínimos. Porém, segundo o presidente da Comissão Especial da Crise na Agricultura, deputado federal Lelo Coimbra (PMDB-ES), em um cenário de crise, a medida do governo federal é necessária.
— Há uma relativização imposta pela importância e necessidade enquanto gestor público dentro da crise, mas há também resposta a ser dada com a qualidade dos gastos a ser feito com os recursos que tem — afirma Coimbra.
— Se nós temos preços mais baixos hoje que o mercado previa pagar tem que haver uma compensação. Da mesma forma se o Brasil precisa exportar mais o frango está reduzindo as exportações, os bovinos também, imagina se tem algum problema de doença — completa o vice-presidente da Comissão, deputado federal Luiz Carlos Heinze (PP-RS).
Apesar da preocupação, os deputados não temem que os cortes no orçamento prejudiquem o volume de dinheiro do Plano Safra. A expectativa da bancada é a liberação de mais de R$ 90 bilhões para o campo.
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Aqui está a oportunidade de investirmos mais e
um contingenciamento não se dá diretamente nessa área — finaliza Heinze.