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 | 23/03/2009 11h03min

Tesouro dos EUA lança plano para compra de ativos "podres"

Governo usará entre US$ 75 bilhões e US$ 100 bilhões do socorro financeiro aprovado em outubro do ano passado pelo Congresso

O Departamento do Tesouro americano anunciou nesta segunda-feira um programa de investimentos públicos e privados que começará com US$ 500 bilhões e que poderia chegar a US$ 1 trilhão, para a compra de ativos "podres" procedentes do setor imobiliário.

O plano, que foi anunciado hoje no site do departamento, indica que o governo usará entre US$ 75 bilhões e US$ 100 bilhões do socorro financeiro aprovado em outubro do ano passado pelo Congresso, e espera a participação do setor privado.

O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, em artigo publicado no jornal The Wall Street Journal, indicou que o Programa de Investimento Público-Privado (PPIP, em inglês) "adquirirá dos bancos e dos mercados os empréstimos relacionados às hipotecas" desvalorizadas.

A contribuição inicial do governo deve gerar "US$ 500 bilhões em poder aquisitivo (...), com o potencial de se expandir até US$ 1 trilhão" para a aquisição de empréstimos hipotecários e outros ativos.

— Isso é parte dos esforços para reparar as folhas de balanço em todo nosso sistema financeiro, e garantir que haja crédito disponível para as famílias e as empresas, grandes e pequenas, que nos levarão à recuperação — destaca hoje o Tesouro.

Geithner, em seu artigo, disse que não é possível resolver a crise financeira atual "sem permitir que os investidores assumam riscos".

— Apesar de esta crise ter sido causada pelos bancos que assumiram muitos riscos, o perigo agora é que não queiram correr risco nenhum — acrescentou.

O secretário do Tesouro ressalta também que "os investidores privados estabelecerão o valor dos créditos e instrumentos financeiros que serão comprados dentro do programa, o que garantirá que o governo não pague demais por estes ativos".

Na opinião do Tesouro, este programa, que cria um mercado para estes ativos que atualmente não existe, ajudará "a melhorar seu valor, aumentar a capacidade dos bancos de conceder créditos e reduzir a incerteza sobre as dimensões das perdas no balanço geral dos bancos".

EFE

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