| 23/03/2009 07h13min
Quarenta e cinco anos atrás, o agricultor Luciano Sarvacinski saía diariamente a cavalo para entregar 30 litros de leite de porta em porta em Chapecó, no oeste de Santa Catarina. Ele possuía sete ou oito vacas, que produziam de três a quatro litros de leite por dia cada. O leite era apenas uma atividade complementar à produção de suínos, aves e grãos. Hoje, para transportar o leite produzido na propriedade, é necessário um caminhão.
Com o tempo, Sarvacinski largou a produção de suínos, fechou os aviários e investiu no melhoramento genético de seu rebanho de vacas holandesas. Os 60 hectares de lavoura foram destinados à pastagem e à produção de milho para o rebanho leiteiro. São 60 vacas que produzem 1,4 mil a 1,5 mil litros por dia, média de 25 litros por dia para cada animal.
– Hoje, com uma vaca produzo os 30 litros que tirava com sete ou oito – diz Sarvacinski.
Tudo graças ao melhoramento genético e à inseminação artificial, em que o melhor sêmen é identificado com a ajuda de softwares de uma empresa americana.
A evolução de Sarvacinski, que, em 2005 e 2007, foi o melhor criador da raça holandesa no Estado, é um exemplo de como Santa Catarina evoluiu na produção de leite.
Nos últimos oito anos a produção dobrou, subindo de um milhão de litros em 2000, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para 2,18 bilhões de litros em 2008, segundo estimativa do Centro de Socieconomia e Planejamento Agrícola da Epagri. Entre 2000 e 2007, Santa Catarina foi o Estado que mais cresceu entre os oito maiores produtores de leite, conforme o IBGE.
Estado se tornou o quinto maior produtor do país
Enquanto a produção brasileira aumentou em 32%, em Santa Catarina o crescimento foi de 86%. Rondônia ficou em segundo lugar com 68%. Em 2007, SC se tornou o quinto maior produtor do país, com 1,87 milhão de litros contra 1,62 milhão de São Paulo. É um feito considerável
para um Estado que tem apenas 1,12% do território
nacional.