| 18/03/2009 06h32min
A estiagem que derruba as projeções da safra de soja na Argentina deve adubar os preços do grão para os produtores gaúchos, garantindo rentabilidade mesmo em tempos de crise.
Apesar da retração na economia mundial e da queda nas cotações internacionais, os produtores vêm conseguindo manter os mesmos patamares de preço do ano passado, em torno de R$ 43 por saca, segundo o diretor da Brasoja, Antônio Sartori.
– Devemos chegar a 9 milhões de toneladas – diz Sartori, que participou do 20º Fórum Nacional da Soja, nessa terça, dia 17, na Expodireto Cotrijal, que vai até sexta-feira, em Não-Me-Toque.
Para o especialista, o atual preço foi garantido pela combinação da quebra de 8,5 milhões de toneladas na Argentina e de 2,5 milhões de toneladas no Paraná com a alta do dólar. A valorização da moeda norte-americana compensou a queda na cotação internacional para os atuais US$ 9 por bushel (27,21 quilos), depois de atingir US$ 16 em 2008.
No final do painel, o agrônomo da Emater/RS Cláudio Doro questionou a estimativa de Sartori, dizendo que dados colhidos apontavam para um rendimento abaixo do esperado. O órgão projeta 8,4 milhões de toneladas.
Otávio Costa, produtor no interior de Passo Fundo, ficou aliviado com a produção alcançada. Por causa da estiagem no fim de 2008, temia perder o investimento. Nessa terça, trabalhava na colheita dos cem primeiros hectares.
Na feira, o governo do Rio Grande do Sul anunciou medidas de apoio à produção e que alteram o ICMS do feijão, leite e biodiesel.