| 02/03/2009 19h09min
O presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, acredita que o Brasil vai sair da crise mais forte do que entrou.
No final da reunião extraordinária de ministros das Finanças ibero-americanos, que foi realizada nesta segunda-feira em Portugal, ele disse:
— Apesar de ser uma crise grave que afeta fortemente o Brasil, o fato concreto é que as condições favoráveis com que o Brasil atuou nesse contexto e as medidas tomadas fazem com que a expectativa é que o Brasil possa sair dessa crise mais fortalecido do que entrou.
Meirelles comentou as notícias de que a inflação não tem baixado como esperado pelos analistas por causa da crise:
— O fato concreto é que a previsão de inflação feita pelo mercado está caindo de uma forma gradual, refletindo a situação e a evolução da economia brasileira. Naturalmente que todos estamos monitorando isso da forma mais cuidadosa possível e aguardando os efeitos de toda essa conjuntura nos
diversos indicadores econômicos do Brasil.
O
encontro de um dia faz parte da Reunião Extraordinária dos ministros de finanças e presidentes de bancos centrais ibero-americanos e tem como objetivo formular uma posição comum de Brasil, Portugal, Espanha e outros países da América de língua espanhola para ser apresentada na reunião do G-20, em abril.
Na reunião realizada no Porto, o tema principal foi a crise internacional.
— A crise está surpreendendo a maior parte dos analistas internacionais pela sua dimensão. É a maior crise desde possivelmente a década de 30 e não chegamos ainda a um ponto em que possamos avaliar de fato as suas consequências. Ela foi gerada em outros países, e o Brasil de uma certa maneira importa essa crise — disse Meirelles.
Segundo o presidente do BC, é na economia americana que serão tomadas as medidas que vão resolver a crise:
— Temos que aguardar agora principalmente as medidas tomadas pelo governo norte-americano visando combater a raiz da
crise, que está nos Estados Unidos.
Para
Meirelles, a falta de liquidez internacional está tendo consequências nos países que não dispõem de reservas internacionais — como o Brasil tem — e que não conseguiram recompor os seus créditos à exportação:
— É importante que esses países tenham acesso ao financiamento para que o comércio internacional continue a funcionar.
O ministro de Finanças de Portugal, Fernando Teixeira Dos Santos (e), e o presidente do BC, Henrique Meirelles, na reunião de ministros em Portugal
Foto:
Miguel A.Lopes, EFE